Intubada, criança aguarda por vaga em UTI mesmo com ordem da Justiça
Intubada, criança aguarda por vaga em UTI mesmo com ordem da Justiça
Rhavi
Lucca, de 1 ano e 10 meses, sofre de asma e foi diagnosticado com pneumonia
grave. Ele está intubado desde quarta-feira (9/4)
Mesmo com uma decisão da
Justiça e com relatório médico que comprova a urgência do caso, o pequeno Rhavi
Lucca Alves de Oliveira, de 1 ano e 10 meses, segue internado e intubado no
Hospital Regional de Sobradinho (HRS), à espera de um leito de UTI
pediátrica. A criança deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de
Sobradinho na terça-feira (8/4) com um quadro de asma e dificuldade
respiratória. Após exames, foi diagnosticada com pneumonia e seu estado de saúde
se agravou nas horas seguintes.
Diante da piora, a equipe
médica optou por intubá-lo antes da transferência para o HRS, na manhã dessa
quarta, a fim de evitar o risco de uma parada cardíaca. Já no hospital, os
profissionais reforçaram a necessidade urgente da transferência para uma unidade
de terapia intensiva, devido à gravidade do quadro. No entanto, segundo a mãe,
Luma da Silva Oliveira, 24, a família enfrenta dificuldades para conseguir uma
vaga, mesmo após acionar a Justiça.
A mãe de Rhavi, que é
moradora de Planaltina (DF),
relata o desespero vivido pela família. “Temos o relatório médico, temos a
decisão do juiz determinando a transferência, mas ninguém encontra vaga. Já
entraram em contato com vários hospitais e a resposta é sempre a mesma: não tem
UTI disponível. Enquanto isso, meu filho segue intubado, sem o suporte
adequado”, desabafa Luma.
Em meio à angústia, a jovem
mãe faz um apelo. “É desesperador ver meu filho assim, intubado, sedado, e
saber que tudo que precisa para ter uma chance de melhorar está travado por
falta de vaga. Já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, temos laudo médico,
temos decisão da Justiça, só falta o governo agir. A vida dele está em risco”,
afirma a mãe.
Procuradas pela reportagem
para comentar o caso e esclarecer a demora na liberação do leito, tanto a
Secretaria de Saúde do Distrito Federal quanto a assessoria do Governo do DF
enviaram a mesma nota oficial:
“A Secretaria de Saúde
informa que os pacientes que aguardam por leito de UTI são regulados conforme
gravidade do quadro de saúde. A classificação prioriza os casos mais graves e
os judicializados. A transferência para o leito é realizada mediante vaga disponibilizada.
A vacância dos leitos ocorre mediante alta (por melhora clínica, óbito ou
transferência de estabelecimento de saúde) dos pacientes que já os ocupavam
previamente.
Enquanto aguardam essa
disponibilidade, os pacientes seguem assistidos pela equipe médica do hospital
em que estão internados. A pasta esclarece que, em função da legislação sobre
sigilo de prontuário, não pode fornecer informações sobre os pacientes atendidos
na rede pública de saúde. Essa medida, que resguarda o paciente e a equipe
profissional, tem amparo no Código de Ética Médica, Capítulo IX, Artigo 75, que
veda ao médico ‘fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir
pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de
assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do
paciente”.
Fonte: Nickolas Tavares , Fernanda Cavalcante – Portal Metrópoles ( texto e fotos) publicado originalmente noMetrópoles
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