ACESSO À JUSTIÇA - Projeto Jovens Defensores Populares chega ao Distrito Federal
Projeto Jovens Defensores Populares chega ao Distrito Federal
Projeto vai formar cerca de 120 pessoas, de 18 a 29 anos, em Ceilândia, São Sebastião e Sobradinho. Eles vão atuar na defesa dos direitos e na transformação de suas comunidades
Programa Jovens Defensores Populares vai formar 120
moradores do DF com idade de 18 a 29 anos para atuarem na defesa dos direitos e
na transformação de suas comunidades.
Cerca de 120 moradores de Ceilândia, de São
Sebastião e de Sobradinho, regiões administrativas do Distrito Federal
(DF), com idade de 18 a 29 anos, começaram a ser preparados para atuar na
defesa dos direitos e na construção de ações de acesso à justiça em suas
comunidades, por meio do projeto Jovens Defensores Populares. O primeiro módulo
da formação ocorreu de (13) a (15), no auditório da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), em Brasília (DF).
Durante a mesa de abertura, a secretária de Acesso
à Justiça, Sheila de Carvalho, explicou que a iniciativa vai além de ensinar o
que é direito ou acesso à Justiça, mas trata-se de usar esse conhecimento como
ferramenta de transformação, com impacto real nas comunidades. Para a secretária,
o desafio dos jovens é justamente conectar essa formação às urgências e às
necessidades dos lugares em que vivem.
“O lugar que queremos alcançar é aquele onde cada
jovem deste projeto seja um agente multiplicador de direitos em seu território.
Que essa experiência abra novas oportunidades para cada um escrever sua
história de um jeito diferente daquele futuro que esperam que os jovens
periféricos tenham”, destacou Sheila.
Para o coordenador da Agenda Jovem Fiocruz, André
Sobrinho, o projeto, além de formar jovens para atuarem em seus territórios, é
uma oportunidade de escuta. “Neste percurso formativo, nós vamos divergir,
construir consensos e pactuar projetos em conjunto, porque isso é a democracia.
Também vamos construir coletivamente com diferentes saberes técnicos,
científicos e populares, produzindo conhecimento compartilhado”, concluiu.
A diretora de Ensino e Pesquisa da Secretaria
Nacional de Segurança Pública (Senasp), Michele dos Ramos, explicou que as
políticas públicas precisam “estar profundamente conectadas com o que se passa
nos seus territórios, para que sejam, de fato, políticas de cuidado”. A fala
reforça a proposta do projeto, que foi estruturado com recursos do Fundo
Nacional de Segurança Pública.
Fátima Letícia da Paz, de 22 anos, moradora da
Ceilândia, vê o projeto como uma oportunidade de construir e de pensar
coletivamente sobre as periferias. Para ela, é o momento de mostrar para a
sociedade que os jovens das periferias estão pensando e revolucionando. “A
gente é potência, fonte de conhecimento e de atitude”, destacou.
Segundo a futura jovem defensora popular, a
importância do projeto está em lançar luz sobre territórios que muitas vezes
são esquecidos pelo poder público e pela sociedade. “Quando você pensa em
soluções muito amplas, acaba não entendendo as particularidades dos lugares
periféricos, e isso leva à negligência”, afirmou.
A inciativa chega como uma oportunidade de mudar
realidades. “Quando soube desse projeto, pensei: essa é uma chance real de
ocupar espaços, de trazer a juventude para viver e entender como as coisas
funcionam”, disse Felipe Gabriel Chaves de Assis, de 19 anos, também morador da
Ceilândia e um dos jovens participantes da iniciativa. Ele relatou que o
projeto despertou muitas perguntas, mas também ofereceu ferramentas para buscar
as respostas. “Onde eu moro, tem espaços, mas não tem ocupação, projetos ou incentivo.
Agora, eu vejo que a juventude pode e deve ocupar esses lugares”, concluiu.
Como funciona
A formação dos jovens tem a duração de dez meses,
com encontros presenciais e on-line, elaboração de pesquisas de campo,
realização de laboratórios de criação, e, por fim, com a atuação dos jovens em
seus territórios. O percurso é dividido em seis módulos:
- Aula inaugural sobre trajetória de vida e
território
- Como atuar no território?
- Direitos civis e políticos
- Direitos sociais, econômicos e culturais
- Direitos ambientais
- Direitos a partir de lutas por conhecimento
Sobre o projeto
O projeto Jovens Defensores Populares é uma
parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da
Secretaria de Acesso à Justiça (Saju), em parceria com a Fiocruz e a Secretaria
Nacional de Juventude (SNJ), com recursos do Fundo Nacional de Segurança
Pública.
A iniciativa vai formar mil jovens de regiões
periféricas, de favelas, de comunidades tradicionais e de baixa renda,
moradores da Bahia (BA), do Distrito Federal (DF), do Pará (PA), de Pernambuco
(PE), do Rio de Janeiro (RJ) e de São Paulo (SP), para que possam identificar e
enfrentar coletivamente as violações de direitos em suas comunidades. Por meio
de uma formação teórica e prática, os participantes se tornam agentes de
transformação na defesa dos direitos humanos e na promoção do acesso à Justiça.
O projeto integra as iniciativas do Programa
Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci).
Fonte: gov.br/mj/pt-br, Foto: Everton Ubal/MJSP
Nenhum comentário
Postar um comentário