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Criadores de abelhas sem ferrão participam de curso da Emater-DF sobre produção de própolis

 Criadores de abelhas sem ferrão participam de curso da Emater-DF sobre produção de própolis

Capacitação técnica visa diversificação da produção e incentivo à sustentabilidade na meliponicultura do DF 

Meliponicultores da comunidade da Serrinha, na região do Lago Norte, participaram nesta quarta-feira (2) de uma capacitação voltada à produção e manipulação de própolis de abelhas nativas sem ferrão, conhecidas como meliponíneos. O curso foi promovido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e ministrado pelo extensionista rural Edilson Amaral, atendendo a uma demanda dos próprios criadores.

 

Realizada na propriedade da produtora Diana Schappo, a oficina apresentou técnicas para extração, higiene, conservação e aproveitamento do própolis, além de orientações sobre sua comercialização. “Já produzimos mel, mas queremos aproveitar melhor o própolis e o pólen, que também têm valor comercial e benefícios para a saúde. Este curso nos ajudou a entender como fazer isso com qualidade e segurança”, afirmou Diana.

 

Com cerca de 70 meliponicultores e mais de 30 colmeias ativas, a região da Serrinha se destaca pelo potencial de desenvolvimento da meliponicultura, tanto pelo aspecto econômico quanto ambiental. O própolis de meliponíneos, uma resina escura com propriedades antimicrobianas, é utilizado pelas abelhas para vedar e proteger o interior das colmeias. Os participantes aprenderam a identificar os pontos ideais para coleta, como as entradas dos ninhos, sempre com cuidado para não comprometer a estrutura e funcionamento das colmeias.

 

Durante a capacitação, os técnicos da Emater-DF reforçaram os cuidados com a higiene no processo de extração. O uso de luvas limpas, espátulas esterilizadas e frascos apropriados — preferencialmente de vidro ou aço inox — foi destacado como essencial para garantir a qualidade do produto. O armazenamento deve ser feito em locais frescos, secos e longe da luz.

 

Outro ponto importante do curso foi a produção da tintura de própolis, forma mais comum de consumo do produto. Os produtores acompanharam a preparação da receita, que envolve maceração do própolis em álcool de cereais por até 15 dias, com agitação diária e posterior filtragem. Os técnicos alertaram para a necessidade de utilizar ingredientes seguros e seguir boas práticas durante o manuseio, como manter distância de fontes de calor e realizar o processo em ambientes ventilados.

 

Além dos aspectos técnicos, o curso também abordou a legislação vigente sobre produção e comercialização do própolis. A Emater-DF incentivou os produtores a buscar formalização e seguir normas sanitárias para garantir segurança ao consumidor e ampliar o alcance de seus produtos no mercado.

 

O extensionista Ivan Marques destacou que a organização dos produtores é fundamental para ampliar as oportunidades de comercialização e transformar a região em referência na atividade. “A Serrinha tem potencial para se tornar uma rota turística e educativa ligada à meliponicultura. Articulando com outras atividades produtivas, é possível fortalecer a renda local e a divulgação dos produtos”, afirmou.

 

Segundo Carlos Morais, outro técnico da Emater-DF, a atividade também promove a conservação ambiental. “A meliponicultura fortalece a biodiversidade. Apoiar esses produtores é apoiar a preservação das abelhas nativas e a sustentabilidade rural.”

 

Como parte das orientações contínuas da Emater-DF, os meliponicultores da região têm sido incentivados a cultivar uma maior diversidade de plantas, o que garante recursos constantes — como néctar, pólen, resina e cera — para as colmeias e contribui para a polinização de espécies nativas e agrícolas.

 

A capacitação faz parte das ações permanentes da Emater-DF de apoio à agricultura familiar, com foco na inovação, segurança alimentar e preservação ambiental.

 

Fonte: Jornal de Brasília, Foto: Divulgação/Emater-DF, com informações da Emater-DF

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