Secretaria de Saúde inicia mobilização para uso de mosquitos Wolbito
Secretaria de Saúde inicia mobilização para uso de mosquitos Wolbito
Nova estratégia contra a dengue será lançada
em agosto
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal
(SES-DF) iniciou ciclo de encontros com servidores que atuam nas Regiões
Administrativas onde será iniciada nova estratégia de combate à dengue com o
uso dos mosquitos Wolbito. Eles são gerados a partir de mosquitos Aedes aegypti
inoculados com a bactéria Wolbachia e têm menor capacidade de transmitir
doenças, como a dengue. Nesta quinta-feira (17), cerca de 150 agentes
comunitários de saúde e agentes de vigilância ambiental se reuniram no Centro
Cultural de Planaltina para conhecer detalhes e tirar dúvidas.
A chefe do Núcleo de
Vigilância Epidemiológica e Imunização (NVEPI) da Região de Saúde Norte, que
abrange Planaltina, Sobradinho I e II, Arapoanga e Fercal, Maria de Lourdes
Masukawa, elogiou a inovação, fruto de uma parceria com a Fiocruz e o
Ministério da Saúde. “O poder público acerta quando investe em ações de combate
à dengue. Há um impacto social e econômico muito grande quando as pessoas
adoecem por dengue”, argumenta.
Principais dúvidas sobre o
método Wolbachia têm sido esclarecidas antes da liberação dos primeiros
mosquitos Wolbito. Foto: Yuri Freitas/Agência Saúde DF
Para o diretor de Atenção Primária da Região
de Saúde Norte, Alcir Galdino, a nova estratégia tem sido recebida com
entusiasmo tanto pelos servidores que trabalham no combate à dengue quanto
pelos que fazem o atendimento aos pacientes. “Vai fazer diferença na vida da
população. E é importante os servidores terem conhecimento atualizado sobre o
tema, pois as famílias confiam muito no conhecimento dos profissionais de
saúde”, explica.
Além de Planaltina, os
mosquitos Wolbito serão lançados em Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião,
Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá, Planaltina e Itapoã. As regiões
foram selecionadas por apresentarem historicamente maior vulnerabilidade para
ocorrência de casos de dengue. O planejamento é que as primeiras liberações de
Wolbito ocorram na segunda quinzena de agosto e a expectativa é de que já no
início do período chuvoso seja possível que os mosquitos com a Wolbachia
comecem a reduzir a população de Aedes aegypti capazes de transmitir a dengue e
outras doenças.
Servidores da Saúde participam
de palestra em Planaltina sobre a nova estratégia de combate à dengue. Foto:
Yuri Freitas/Agência Saúde DF
Conheça a nova a estratégia
A bactéria Wolbachia pode
ser encontrada em mais de 50% dos insetos, sem necessidade de interferência
humana. Quando está no mosquito Aedes aegypti, a bactéria impede o
desenvolvimento dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela,
reduzindo seu potencial de atuar como transmissor. A técnica consiste,
portanto, em liberar no ambiente mosquitos Aedes aegypti com a Wolbachia –
esses mosquitos são chamados de Wolbitos. Vale ressaltar que não há qualquer
alteração genética e que a bactéria Wolbachia não é transmitida para seres
humanos ou outros mamíferos, como gatos e cachorros.
Os Wolbitos têm outra
característica que ajuda na proteção contra as doenças: larvas descendentes de
fêmeas com Wolbachia já nascem com a bactéria. O resultado é que os Wolbitos
acabam substituindo a população original dos Aedes aegypti capaz de transmitir
doenças. A primeira iniciativa do tipo ocorreu em 2011, na Austrália, e de lá
para cá já houve experiências bem-sucedidas em 11 países, de acordo com a
Fiocruz.
Os Wolbitos também são
adaptados à realidade de cada local. Para isso, foram capturados ovos de Aedes
aegypti no Distrito Federal e realizado cruzamento para gerar Wolbitos com as
características adaptadas ao DF. Na capital, a produção ocorrerá no Núcleo de
Controle Químico e Biológico da SES-DF, localizado no Guará. Os municípios de
Valparaíso (GO) e Luiziânia (GO), ambos localizados no Entorno do DF, também
receberão mosquitos Wolbito.
Uso de mosquitos Wolbito vai
envolver diretamente os servidores da Secretaria de Saúde. Foto: Yuri
Freitas/Agência Saúde DF
Fonte: Humberto Leite, da Agência Saúde DF , Edição: Willian
Cavalcanti
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