Sebrae DF celebra excelência do artesanato e das manualidades na Casa do Candango
Sebrae DF celebra excelência do artesanato e das manualidades na Casa do Candango
Iniciativas promovidas pelo Sebrae, em parceria com órgãos do governo do DF reforçam o compromisso com o desenvolvimento da economia criativa local e a valorização do feito à mão na capital federal
Foto: Divulgação/Todos os direitos reservados
ao autor
As instalações da Casa do Candango, na 603
Sul, serviram de cenário para reconhecer e celebrar a excelência e a
originalidade de artesãos e manualistas que engrandecem a cultura e a economia
do Distrito Federal. O icônico espaço, que está há poucos dias de encerrar sua
participação como palco da CASACOR Brasília 2025, acolheu, na noite da última
segunda-feira, 6 de outubro, as cerimônias de premiação da 5ª edição do Prêmio
Brasília de Artesanato e da 4ª edição do Prêmio Brasília Manualistas.
Ambas as iniciativas são lideradas pelo Sebrae
no Distrito Federal, em parceria com o apoio da Secretaria de Turismo do
Distrito Federal (Setur/DF) e do Instituto BRB. O objetivo é impulsionar o
trabalho criativo, incentivar a inovação e valorizar a identidade cultural da
capital federal.
Rose Rainha, superintendente do Sebrae no DF,
abriu as cerimônias falando da alegria de reunir, por mais um ano, artesãos e
manualistas para celebrar o que é produzido no território brasiliense. Ela
destacou a evolução dos trabalhos apresentados ao longo das edições dos
prêmios, ressaltando o compromisso da instituição com o apoio ao micro e
pequeno empreendedor. “O papel do Sebrae é apoiar a jornada do pequeno
empreendedor. E nada mais correto do que estar junto desses artistas
maravilhosos que engrandecem o Distrito Federal”, afirmou.
A dirigente enfatizou, ainda, a riqueza
cultural e a singularidade do artesanato e das manualidades do Distrito
Federal. “Quando culturas diferentes estão no mesmo lugar. Os trabalhos
inscritos nesta edição maravilhosos, espelham e mostram que Brasília já possui
um artesanato próprio”, acrescentou Rose.
Diná Ferraz, diretora técnica do Sebrae no DF,
reforçou a importância do segmento ao comentar a essência do trabalho artístico
e manual, destacando a paixão e a dedicação intrínsecas a esses ofícios.
"Trabalhar com arte é trabalhar com criatividade, é trabalhar com
sentimento e inspiração", declarou a diretora.
A diretora também elogiou a crescente
qualidade e originalidade das peças expostas, ressaltando a honra do Sebrae em
fazer parte do processo de desenvolvimento da economia criativa local e
enfatizou que a instituição oferece soluções que geram visibilidade para os
artesãos e manualistas do Distrito Federal.
“O artesanato é mais que uma atividade
econômica. É uma forma de empreendedorismo feminino que gera autonomia e rompe
ciclos de violência. Valorizar essas mulheres é reconhecer quem transforma
criatividade em cultura, renda e liberdade. O GDF tem investido na valorização
do setor artesanal como parte estratégica do fortalecimento da economia
criativa e da promoção da identidade cultural do Distrito Federal”,
complementou a secretária de Estado da Mulher do Distrito Federal, Giselle
Ferreira.
Paulo Henrique Costa, presidente do Banco de
Brasília (BRB), também prestigiou as cerimônias e comentou sobre o orgulho da
instituição em apoiar as premiações. O gestor enfatizou o compromisso do banco
com iniciativas que fomentam a geração de emprego e renda no Distrito Federal e
reforçou que, mesmo com o crescimento do BRB, o banco não perde a referência de
suas origens e a necessidade de dar atenção especial a tudo que promove a
cultura e a história de Brasília. “O BRB, como um banco de Brasília, vai continuar
investindo e apoiando iniciativas que não apenas geram desenvolvimento
econômico, mas também valorizam a cultura e a identidade da nossa cidade”,
assegurou.
Por fim, representando a Setur/DF, Franklin da
Cruz Martins, subsecretário de Programas e Ações Integradas às Regiões
Administrativas, ressaltou a importância da união entre as instituições para o
avanço do setor, destacando que essa colaboração faz parte do plano de trabalho
do Governo do Distrito Federal.
Franklin mencionou, nesse sentido, a parceria
estabelecida entre a pasta e o Sebrae no DF. “É uma casa que tem nos ajudado
muito e tem feito o artesanato e o trabalho manual do DF ser cada dia melhor. A
gente nota um artesanato mais forte, peças com excelente acabamento e outras
particularidades. E nós queremos que continue assim para que o nosso artesanato
esteja presentes em prateleiras do mundo inteiro”, comentou.
O representante da Setur/DF também falou dos
esforços do Executivo visando o crescimento do setor, citando resultados da
comercialização de peças autorais feitas nas três lojas colaborativas mantidas
pela secretaria e que, juntas, ultrapassaram R$ 1,6 milhão em vendas no ano
passado. Ele ainda falou sobre a futura inauguração de mais uma loja
colaborativa na Galeria dos Estados.
Para as edições de 2025 de ambas as
premiações, o Sebrae no DF, na qualidade de instituição organizadora,
implementou uma nova metodologia, dividindo as regiões administrativas em sete
Unidades de Artesanato Sebrae (UAS). Essa segmentação garantiu que, na primeira
fase do concurso, os participantes competissem dentro de suas respectivas
unidades, assegurando a representatividade de cada região com ao menos um
finalista no evento de premiação.
Nesse contexto, a cerimônia realizada na noite
de ontem também reconheceu o trabalho de três Agentes de Desenvolvimento
Territorial (ADTs). Essas figuras são essenciais para fomentar um ambiente de
negócios mais favorável, atuando como elo entre o Sebrae e os empreendedores.
Os ADTs oferecem suporte abrangente, que vai desde a orientação sobre
formalização até os processos de abertura e encerramento de empresas, alinhando
as ações à Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e, assim, contribuindo para a
criação de um ecossistema que estimula o empreendedorismo e a inovação.
No contexto das premiações, três Agentes de
Desenvolvimento Territorial (ADTs) foram reconhecidos por seu papel como Apoiadores
do Feito à Mão. Foram eles: Aldo Oliveira, da Administração Regional de
Sobradinho II; Rafael Miranda, da Administração Regional da Candangolândia; e
Viviane Mello, da Administração Regional do Guará.
Os vencedores
Os primeiros vencedores a serem revelados
durante a noite foram da categoria Artesão Iniciante, destinada a
quem possui Carteira Nacional do Artesanato emitida há menos de três anos. A
terceira colocação ficou com Lucila Nunes de Vargas, artesã do Lago Norte. Ela
formou o pódio da categoria com o artesão do Guará, Lemuel Gandara, que
conquistou a segunda posição, e a vencedora Marcela Santos de Souza, de
Sobradinho.
Nascida no interior da Bahia, Marcela chegou
ao Distrito Federal em 2011, mas suas raízes nordestinas permanecem vivas na
memória. Com carinho, ela contou que sempre recorda a infância, marcada pelas
bençãos e remédios caseiros de rezadores e, especialmente, de sua bisavó, uma
respeitada rezadeira.
Já adulta, e radicada em Brasília, Marcela
reencontrou esses saberes ancestrais, de matriz africana, em sua jornada
espiritual. Esse resgate a inspirou a criar peças que homenageiam pretos velhos
e benzedeiras. “Eles me trouxeram, me guiaram até aqui, até esse prêmio. É uma
alegria tão grande a que estou sentido nesse momento, que me faltam palavras”
revelou a artesã.
A segunda categoria a ser reconhecida na noite
foi a de Artesão, voltada para aqueles que detêm conhecimento
técnico aprofundado sobre os materiais, ferramentas e processos de sua
especialidade. Marlon Barbosa Maia, do Núcleo Bandeirante, e Aparícia Porto
Noleto, do Cruzeiro Novo, ocuparam, respectivamente, a terceira e segunda
colocações. Maria do Socorro Alves de Melo, do Riacho Fundo, foi a artesã
campeã da categoria.
Visivelmente emocionada, Maria do Socorro
recordou episódios sobre sua trajetória no artesanato, iniciada em 1977, e
enalteceu a iniciativa do prêmio como forma de capacitar e dar mais notoriedade
ao trabalho manual presente no DF. “Tenho muito a agradecer ao Sebrae que
instituiu este prêmio e ofertou a oportunidade de dar visibilidade ao que eu e
outros artesãos também fazem”, comentou.
Em seguida, foi o momento de conhecer os três
artesãos mais bem colocados na categoria Artesão de Excelência, que
busca reconhecer profissionais cujo trabalho se destaca pela excelência técnica
e pela contribuição para a valorização do artesanato no Distrito Federal.
Bianca Barbosa Santana Nascimento, de Águas Claras, e Mariana Nunes de Oliveira
Damasceno, de Sobradinho, ocuparam o terceiro e o segundo lugar, enquanto João
Vinícius de Moraes Nascimento, artesão do Gama, ficou com a primeira colocação.
João Vinícius é um servidor público que também
atua como artesão. Ele se dedicado à criação de cocares e tem como bagagem a
participação no Prêmio Brasília de Artesanato de 2024, ocasião em que ficou com
a segunda colocação na categoria destinada aos iniciantes. Para a edição atual,
no entanto, João aprimorou sua estratégia. “Para este ano, eu trouxe bagagem do
ano passado e vi que, para conseguir realmente participar da premiação e fazer
uma peça de excelência, precisaria de contemplar alguns pontos turísticos.
Passei a contemplar a arquitetura de Brasília, que é tão linda, tão complexa e,
ao mesmo tempo, simples e deu certo”, contou.
A peça produzida por João conquistou o
primeiro lugar na premiação, fato que o deixou muito surpreso e emocionado,
pois não esperava a vitória. João também elogiou a maior transparência e
o feedback fornecido pelos curadores na edição deste ano.
Já nos ritos finais da premiação voltada para
os artesãos, o público pôde conferir a premiação da categoria Artesão
Contemporâneo, que abrange a produção que resulta da inovação de materiais
e incorporação de elementos criativos, utilizando os fundamentos tradicionais
para criar peças com uma abordagem atual. A terceira colocação ficou com Maria
de Jesus Pereira da Silva, do Recanto das Emas. A segunda posição foi ocupada
por Luís Felipe Laraia, de Sobradinho, enquanto a primeira colocação da
categoria foi para o artesão Adriano Rodrigues Lima, de Ceilândia.
Os trabalhos dos artesãos mais bem avaliados em cada
categoria terão destaque em um catálogo detalhado – uma vitrine para
trajetórias, técnicas e inspirações que visa promover o artesanato regional e
impulsionar a comercialização. Além disso, os três melhores
classificados em cada categoria serão premiados com troféus, certificados e um
total de R$ 80 mil em dinheiro, a ser distribuído entre as quatro categorias.
A noite foi encerrada com a premiação dos
manualistas. Edna Maria de Sousa Coimbra, de Vicente Pires, ficou com a
terceira colocação, acompanhando Cleide de Fatima Moreira do Livramento, do
Jardim Botânico, em segundo lugar, e Gabiane Castro, do Riacho Fundo II, a
grande vencedora.
A manualista vencedora conquistou o
reconhecimento pelo segundo ano consecutivo, que é fruto de um processo de
descoberta, perseverança e inspiração. Gabiane trabalhou por cerca de oito anos
e tinha a convicção de ser artesão. No entanto, após participar de uma
capacitação organizada pelo Sebrae, ainda no ano passado, ela compreendeu a
diferença entre artesanato e manualidade e com isso conseguiu impulsionar a sua
atuação.
“Fico muito orgulhosa de ter nosso trabalho
prestigiado e reconhecido por um prêmio tão maravilhoso como este, o Prêmio
Brasília de Manualistas. É gratificante demais. Agradeço a Deus em primeiro
lugar, à minha família, que sempre esteve ao meu lado, aos amigos, ao Sebrae,
ao BRB, à Casacor, por nos permitirem estarmos aqui e termos nossos trabalhos
reconhecidos mais uma vez”, afirmou.
A premiação para os manualistas inclui
pagamento em dinheiro, com valores variando entre R$ 4 mil e R$ 10 mil, além da
entrega de certificados e troféus aos reconhecidos. Os
trabalhos dos manualistas mais bem avaliados também recebem destaque em um
catálogo detalhado.
Felipe Fernandes, gestor do projeto de
Artesanato do Sebrae DF, falou, ao fim das cerimônias, sobre a importância das
premiações para o desenvolvimento dos artesãos e manualistas locais. Segundo
ele, os prêmios não se limitam a dar visibilidade, mas servem como um
catalisador para que os artesãos alcancem patamares que, sozinhos, talvez não
conseguissem. “O Sebrae traz essa visibilidade muito forte, essa relação
institucional. Acreditamos que no DF já temos produtos muito bons, e queremos
que eles tenham essa luz para que brilhem ainda mais”, pontuou.
Felipe ainda observou que, ao longo dos anos,
o prêmio tem conquistado maior relevância e visibilidade, o que encoraja
talentos antes desconhecidos a mostrarem seus trabalhos. “É um prazer para o
Sebrae, como um todo, apoiar esses talentos que quer crescer enquanto pequena
empresa, gerar mais negócios e mudar as realidades em que estão presentes”,
completou o gestor.
Confira os vencedores das premiações do Sebrae
no DF:
Artesão de Excelência
- 1º Lugar: Joao Vinicius de
Moraes Nascimento (Gama) – Título da obra: Cocar “Cidade Semente”
- 2º Lugar: Mariana Nunes de
Oliveira Damasceno (Sobradinho) – Título da obra: Cerrado Brasiliense
Contemporâneo
- 3º Lugar: Bianca Barbosa
Santana Nascimento (Águas Claras) – Título da obra: Renascendo das Cinzas!
"Viva o Cerrado"
Artesão Contemporâneo
- 1º Lugar: Adriano Rodrigues
Lima (Ceilândia) – Título da obra: Carneiros em Combate - Cutelaria do
Cerrado
- 2º Lugar: Luís Felipe
Laraia Vieira Figueiredo de Almeida Silva (Sobradinho) – Título da obra:
Arandela Buriti Solitário
- 3º Lugar: Maria de Jesus
Pereira da Silva (Recanto das Emas) – Título da obra: Luminária Rodopio
Artesão
- 1º Lugar: Maria do Socorro
Alves de Melo (Riacho Fundo) – Título da obra: Caryocar Brasiliense
(Pequi)
- 2º Lugar: Aparicia Porto
Noleto Setubal (Cruzeiro Novo) – Título da obra: Cerrado Bordado a Mão
- 3º Lugar: Marlon Barbosa
Maia (Núcleo Bandeirante) – Título da obra: Centro de mesa Alvorada
Artesão Iniciante
- 1º Lugar: Marcela Santos de
Souza (Sobradinho) – Título da obra: Guardião dos Saberes do Cerrado
- 2º Lugar: Lemuel da Cruz
Gandara (Guará) – Título da obra: Candombá
- 3º Lugar: Lucila Nunes de
Vargas (Lago Norte) – Título da obra: Qual a cor do Cerrado?
Manualista
- 1º Lugar: Gabiane Castro da
Silva (Riacho Fundo II) – Título da obra: Mãos ao Céu
- 2º Lugar: Cleide de Fatima
Moreira do Livramento (Jardim Botânico) – Título da obra: De flor em flor
o cerrado se enche de cor
- 3º Lugar: Edna Maria de
Sousa Coimbra (Vicente Pires) – Título da obra: Bag Cena
Fonte: Clip Clap Comunicação
Nenhum comentário
Postar um comentário