Chuvas intensas e calor acendem alerta para o combate ao mosquito da dengue no DF
Chuvas intensas e calor acendem
alerta para o combate ao mosquito da dengue no DF
Especialistas
reforçam cuidados simples que evitam criadouros e salvam vidas
Por Luciane Paz
Com a
chegada da temporada de chuvas ao Distrito Federal, o alerta contra o mosquito
Aedes aegypti volta a soar. O clima inconstante, marcado por calor intenso e
pancadas de chuva, cria o ambiente ideal para a proliferação do inseto
transmissor de arboviroses como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. É o
momento ideal para que a população redobre os cuidados e elimine criadouros
domésticos, principal foco de reprodução do vetor.
Segundo o
Boletim Epidemiológico da SES-DF, até a 47ª semana epidemiológica de 2025,
foram notificados 23,4 mil casos suspeitos de dengue no DF, dos quais 11,4 mil
foram classificados como prováveis. Apesar da redução de mais de 93% nos
registros em comparação com o mesmo período do ano passado, o risco de nova
alta é real com o retorno das chuvas.
"O
mosquito se aproveita de pequenas quantidades de água parada para se
reproduzir. Por isso, é fundamental manter caixas-d'água vedadas, calhas limpas
e vasos sem acúmulo de água. Um simples descuido pode colocar toda uma
vizinhança em risco", alerta Thaynnara Pires, farmacêutica e
epidemiologista de campo do Hospital de Base.
Ambiente
doméstico é o principal foco
De acordo
com o Ministério da Saúde, 8 em cada 10 criadouros do Aedes aegypti estão
dentro das residências, em locais como pratos de vasos de plantas, pneus,
garrafas, ralos, calhas entupidas e caixas-d'água abertas.
O
publicitário Bruno Tavares, morador de Águas Claras, lembra que teve dengue em
2023, e o caso foi grave. Ele precisou ser internado, chegou a apresentar
plaquetas muito baixas e quase evoluiu para uma dengue hemorrágica. "Se eu
não tivesse procurado atendimento rápido, poderia ter sido pior", conta.
Desde
então, Bruno vive em estado de alerta. "Meu cuidado é redobrado,
principalmente com a minha filha de apenas dois anos. Passo repelente duas
vezes ao dia, nela e em mim, todos os dias", relata. Ele também se mantém
atento ao ambiente onde vive: "Faço registros no condomínio sempre que
percebo que o mato está alto e já acionei a vigilância sanitária algumas vezes.
Em Águas Claras temos muitos problemas com obras abandonadas, então é preciso
estar sempre vigilante".
Sintomas e
quando procurar atendimento
A dengue
pode começar com sintomas parecidos aos de uma gripe: febre alta, dor de
cabeça, dores no corpo e atrás dos olhos. Mas há sinais que exigem atenção
imediata, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos e
tontura. Nesses casos, o paciente deve procurar imediatamente uma Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) ou hospital mais próximo.
"A
hidratação é essencial. O uso de medicamentos deve ser feito somente com
orientação médica, pois alguns remédios podem agravar o quadro", explica o
infectologista do Hospital de Base, Tazio Vanni.
Medidas que
fazem a diferença
- Esvazie e lave com
escova e sabão recipientes que acumulam água.
- Tampe caixas d'água e
reservatórios.
- Evite acúmulo de lixo e
entulho em quintais e calçadas.
- Limpe calhas e ralos
regularmente.
- Coloque areia nos
pratos de plantas.
- Use repelente e instale
telas de proteção em janelas.
Wolbitos:
aliados tecnológicos no combate à dengue
Com
tecnologia inédita e produção própria de mosquitos com Wolbachia, o Distrito
Federal entra em uma nova fase no enfrentamento à dengue, reduzindo a
circulação viral e ampliando as estratégias de proteção à população.
Além das
ações de conscientização, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal ampliou o
uso de uma tecnologia inovadora no controle do Aedes aegypti: o método
Wolbachia, conhecido como "wolbitos". A iniciativa, desenvolvida em
parceria com o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
consiste na liberação de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, que
impede a transmissão dos vírus da dengue, zika e chikungunya.
A técnica
não elimina o mosquito, mas o torna incapaz de transmitir as doenças, reduzindo
de forma significativa a circulação viral. A Wolbachia é uma bactéria presente
naturalmente em muitos insetos e não oferece risco para humanos, animais ou
para o meio ambiente.
"É um
método sustentável e seguro. Os mosquitos com Wolbachia se reproduzem com os da
natureza e, ao longo do tempo, essa característica se espalha pela população
local, reduzindo a circulação viral", explica Thaynnara.
A capital
federal conta com uma biofábrica própria, inaugurada em setembro de 2025, capaz
de produzir milhões de mosquitos por semana. As primeiras solturas estão
ocorrendo em dez regiões administrativas, com expansão prevista para todo o
território até 2026.
"Os
wolbitos são uma ferramenta complementar. Mas o combate à dengue continua
dependendo do engajamento da população. O poder público faz a parte dele, e
cada cidadão precisa fazer a sua", reforça Thaynnara.
Fonte: Luciane
Paz/ imprensa@igesdf.org.br, Foto: Divulgação/
IgesDF




.jpeg)
%20(1).png)
.png)




Pixel Impression Tracking URL Secure:
https://snsrsv.com/metric?t=eyJiIjogODIwLCAiZSI6ICJpbXByZXNzaW9uIn0=&img=i.png&c={CACHEBUSTER}
Pixel Click Tracking SECURE:
https://snsrsv.com/click/?t=eyJiIjogODIwLCAiZSI6ICJjbGljayJ9
Pixel Click Tracking Insecure:
http://snsrsv.com/click/?t=eyJiIjogODIwLCAiZSI6ICJjbGljayJ9
Nenhum comentário
Postar um comentário