Cultura DF – Fora do Eixo: Sobradinho
Cultura DF – Fora do Eixo: Sobradinho
Boi do Seu
Teodoro é uma das principais atrações de Sobradinho | Foto: Arquivo do Boi do
Seu Teodoro
O título simbólico de cidade de todas as artes
pertence a uma única região administrativa do DF: Sobradinho. Desde 2022, a
cidade recebeu o título honorário pela Câmara Legislativa do Distrito Federal
(CLDF) como uma forma de valorizar a vasta cultura local.
Dessa mesma forma, a gerência de cultura de
Sobradinho estruturou o plano de trabalho “Sobradinho é toda arte”, que prevê o
cadastramento e recadastramento de artistas da região. A medida busca atualizar
informações de contato e facilitar a gestão de ações públicas voltadas ao
setor.
Com o plano, a administração local pretende mapear
a produção existente e integrar diferentes linguagens artísticas, tanto as de
caráter popular, representadas pela tradição do Bumba-Meu-Boi e outras
manifestações, quanto as das artes visuais contemporâneas. A atualização dos
dados servirá de base para projetos futuros e para a oferta de atividades
culturais na região.
O processo de reorganização ocorre em meio ao
reconhecimento da relevância histórica e simbólica do Centro de Tradições
Populares e de artistas que contribuíram para a identidade cultural de
Sobradinho. A Gerência avalia que o levantamento permitirá maior aproximação
entre poder público e comunidade artística, além de facilitar o planejamento de
ações continuadas no setor.
Boi do Teodoro
O principal equipamento cultural da cidade, o
Centro de Tradições Populares de Sobradinho, está no cerne desse movimento.
Criado em 1963 pelo maranhense Teodoro Freire, conhecido como Seu Teodoro, o
espaço tornou-se referência na promoção do folclore brasileiro no Distrito
Federal. Inicialmente chamado Sociedade Brasiliense de Folclore, adotou o nome
atual em 1972 e consolidou-se como sede de manifestações como o Bumba-Meu-Boi e
o Tambor de Crioula.
Seu Teodoro nasceu em 1920, no município maranhense
de São Vicente Ferrer. Ainda criança, acompanhava grupos de cultura popular,
experiência que o aproximou do Bumba-Meu-Boi. Antes de se fixar em Brasília,
viveu no Rio de Janeiro. Chegou à nova capital em 1962 para trabalhar na
Universidade de Brasília (UnB) e, no ano seguinte, fundou o centro cultural em
Sobradinho com o objetivo de preservar e difundir tradições nordestinas no
Planalto Central.
A primeira apresentação de Seu Teodoro em Brasília
ocorreu antes de sua mudança definitiva, durante o primeiro aniversário da
cidade. O grupo voltou anos depois para se instalar de forma permanente. A sede
inicial era construída com paredes de taipa e chão de terra batida, estrutura
substituída ao longo das décadas por um espaço ampliado, hoje utilizado por
cerca de 75 integrantes em atividades regulares. As celebrações de São
Sebastião, São Lázaro e a tradicional Matança do Boi, realizada há quase cinco
décadas, permanecem na agenda anual. O centro também participou de encontros e
apresentações em espaços culturais do Distrito Federal.
Artistas visuais
Além das ações de preservação do folclore,
Sobradinho abriga a produção de artistas visuais que se projetaram para além da
cidade. Entre eles está Toninho de Souza, radicado na região há 63 anos. Sua
obra incorpora elementos do cerrado, presentes tanto em composições figurativas
quanto abstratas. O artista transita entre pintura, escultura e objetos
tridimensionais e já produziu murais e intervenções em muros, tapumes,
guarda-chuvas, outdoors e paradas de ônibus.
Em 2023, a mostra “Toninho de Souza: um alquimista
da cor”, realizada no Espaço Cultural Athos Bulcão, na CLDF, expôs trabalhos de
diferentes fases do artista, formando um panorama de sua trajetória. Em outra
frente, Toninho participou da primeira Bienal de Arte Urbana, que levou obras
de autores do Brasil e de outros países, como Peru, Argentina, Venezuela,
Finlândia e Colômbia, para espaços públicos. Ele aplicou sua linguagem
denominada “Malantucanarismo”, desenvolvida nas décadas de 1980 e 1990, período
em que produzia intervenções em muros e tapumes. Sua carreira também inclui
passagens por Portugal, Espanha, França, Bélgica e Suíça, onde levou pinturas e
esculturas.
Fonte: Mayariane Castro/correiodamanha.com.br








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