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Retrospectiva - 2025, um ano inesquecível para Caio Bonfim

 Retrospectiva - 2025, um ano inesquecível para Caio Bonfim

 

Marchador de Sobradinho (DF) foi o destaque do Mundial de Tóquio, com a conquista de um ouro e uma prata; também foi bicampeão do prêmio de Melhor Atleta do Ano do Prêmio Brasil Olímpico. Com Caio Bonfim iniciamos a nossa retrospectiva do Departamento Técnico da CBAt que cuida de todas as seleções do Atletismo Brasil. 

Caio Bonfim e a consagração no Mundial de Tóquio nos 20 km

 

O ano de 2025 já se tornou inesquecível para Caio Bonfim. O marchador de 34 anos, atleta do Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO-DF), foi o grande destaque do Mundial de Tóquio, disputado em setembro. Caio, vice-campeão olímpico em Paris-2024, foi além: conquistou a medalha de ouro nos 20 km e a medalha de prata nos 35 km da marcha atlética na principal competição da temporada, tornando-se o atleta com o maior número de medalhas em Campeonatos Mundiais do atletismo brasileiro. "Esse foi um ano de muita gratidão", disse Caio Bonfim.

 

Em Tóquio, Caio alcançou a sua oitava participação em Mundiais. Até então, já tinha subido duas vezes ao pódio: foi medalha de bronze em Londres-2017 e Budapeste-2023. Agora, tem medalhas de todas as cores – ouro, prata e bronze –, podendo homenagear cada um de seus três filhos: Miguel, o mais velho; Theo, o do meio; e o pequeno Manuel, que nasceu em 7 de julho, em meio à preparação para o Mundial no Japão.

 

Para Caio, "resiliência" foi a palavra do ano. O brasileiro colocou sua enorme capacidade de adaptação aos desafios para enfrentar uma temporada longa, com grandes desafios e excelentes resultados.

 

A estreia em 2025 foi no mesmo Japão em que se consagraria campeão mundial. Caio viajou para o outro lado do mundo em fevereiro para disputar o Campeonato Japonês de Marcha Atlética de 20 km, em Kobe. Ficou em terceiro lugar e bateu o recorde brasileiro da prova, com o tempo de 1:17:37 – na mesma prova, Toshikazu Yamanishi venceu com o recorde mundial (1:16:10). No Troféu Brasil, em julho, Caio melhorou o recorde nacional e sul-americano ao ser campeão dos 20.000 metros, com a marca de 1:18:37.9 – é o quarto melhor resultado da prova em todos os tempos.

 

Em setembro, no Mundial, além da longa temporada, Caio também enfrentou o calor e a umidade de Tóquio. A capital japonesa enfrentou um dos verões mais quentes da história. Com resiliência, estratégia e experiência, Caio largou para os 35 km e fez história ao conseguir sua melhor marca na temporada (2:28:55) e garantir a inédita prata. O brasileiro chegou absolutamente exausto no Estádio Olímpico de Tóquio. "Eu sofri muito", admitiu.

 

Uma semana depois, após um exemplar trabalho de recuperação, Caio largou para os 20 km. Mais uma vez, mostrou toda a sua capacidade de estratégia, evoluindo na prova com calma e consistência, até chegar à liderança – e nem ter se dado conta disso. Só depois de passar a linha de chegada é que se deu conta de que era, enfim, campeão mundial. A performance do brasileiro valeu a indicação ao World Athletics Awards: Caio foi elencado como um dos melhores atletas do ano em provas de rua.

 

A marcha atlética sempre foi assunto de família na casa dos Sena Bonfim. Caio é filho de Gianetti Sena Bonfim, ex-atleta e sua treinadora, e de João Sena, que foi técnico da esposa e também treina o filho. Todos estão envolvidos na disciplina, dentro e fora das pistas, já que a família também é condutora do CASO, que trabalha com crianças e jovens como projeto social, e como clube de alto rendimento – além de Caio, alguns dos principais marchadores do país, como Gabriela Muniz e Max Batista, representam a equipe.

 

Caio, porém, tentou primeiro uma trajetória esportiva no futebol. A marcha atlética não era uma modalidade reconhecida. Pelo contrário, era ridicularizada, por causa do movimento dos quadris. Mas, aos 13 anos, o menino atendeu os pedidos do pai e fez testes no atletismo. Com 16 anos, em 2007, decidiu encarar o desafio da marcha. Em 2012, aos 21 anos, Caio disputou sua primeira Olimpíada.

 

Caio finalizou o ano com o bicampeonato do prêmio de Melhor Atleta do Ano do Prêmio Brasil Olímpico, do Comitê Olímpico do Brasil – ele também foi premiado em 2024. Além disso, Gianetti Bonfim foi escolhida como a melhor treinadora do país. Mais troféus para a imensa galeria de conquistas da família Sena Bonfim, que não para de crescer.

 

O foco de Caio e de Gianetti agora estão voltados para o grande compromisso de 2026: o Mundial de Marcha Atlética por Equipe que será disputado em Brasília, no dia 12 de abril, com o circuito na Esplanada dos Ministérios. "Espero que esse Mundial aumente o legado que poderemos deixar para a marcha atlética do Brasil", afirmou Caio Bonfim.

 

Fonte: cbat.org.br, Foto: Fernanda Paradizo

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