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SAÚDE: Câmara Legislativa discute soluções para melhorar atendimento a hemofílicos no DF


Eliana Pedrosa e o Secretário de Saúde em audiência pública para debater tratamento aos hemofílicos

A busca por alternativas para aprimorar o tratamento dos pacientes hemofílicos do Distrito Federal foi alvo de discussões em audiência pública, nesta quinta-feira (17), no plenário da Câmara Legislativa. O debate, realizado por iniciativa da deputada Eliana Pedrosa (DEM), reuniu representantes do governo do local, federal, do Ministério Público e de entidades que lutam por melhores condições paras os portadores de coagulopatias hereditárias.

Dentre os entraves para se garantir mais qualidade de vida aos pacientes, estão a falta de medicamentos e de atendimento digno na rede pública. Outra reclamação dos participantes refere-se à mudança do protocolo para retirada dos medicamentos nas farmácias públicas. “O Legislativo tem a obrigação de atuar para garantir uma vida normal a essas pessoas, que vivem na angustia de não saber se continuarão com o seu tratamento”, explica Eliana Pedrosa. A distrital observa que esse é um problema que ocorre em todo o Brasil, mas que a capital do país tem obrigação de irradiar práticas e discussões para todo o território nacional.

O secretário de Saúde, Rafael Barbosa, começou sua fala relembrando o estado de emergência em que se encontra a saúde no DF e disse que o governo está trabalhando para conhecer a fundo a situação do tratamento aos hemofílicos e poder planejar a compra de medicamento sem recorrer a expedientes emergenciais. Quem apresentou os dados sobre a situação do tratamento aos hemofílicos foi a presidente da fundação Hemocentro, Beatriz Mac Dowel. “O estoque de medicamentos não permitia atender nem a metade dos 107 pacientes graves. Tivemos que estabelecer estoques estratégicos para garantir a equidade do atendimento aos 455 pacientes do DF”, afirmou Beatriz.

A presidente do Hemocentro revelou ainda que o governo está atualizando o cadastro de hemofílicos e que foi detectado a existência de medicamentos fora do prazo de validade. “Na gestão passada, muito dinheiro foi perdido em função da desorganização”. Após a exposição, Eliana Pedrosa disse que os dados sugerem a “existência de pacientes fantasmas no DF”. A deputada Celina Leão (PMN), por sua vez, acrescentou que está recebendo várias demandas da população em seu gabinete e que a audiência pública é importante para esclarecer o “grave quadro em que se encontra a Saúde no DF”.

A questão da falta de medicamentos e fatores sanguíneos foi tratada pelo coordenador-geral de hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez. Segundo o representante do governo federal, existem duas dificuldades para se manter os estoques no Brasil: previsão orçamentária e pouca disponibilidade de produtos no mercado brasileiro, o que gera um preço elevado. O escândalo da máfia dos Vampiros, em 2003, também dificultou o processo de compras, que emperram na consultoria jurídica do ministério. “Aqui no DF, recebemos cobrança pela falta de medicamentos, mas também há relatos de medicamentos perdendo a validade nos estoques e até sendo vendidos por pacientes em outras cidades”, ressaltou Genovês.

Por Bruno Sodré de Moraes - Coordenadoria de Comunicação Social da CLDF

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