OITO MICROCONTOS
* Geraldo Lima
Queria viver um amor de novela, profundo, intenso, mas não deu. O amante era raso, avesso a fantasias.
***
Disse que não, que gritaria, mas depois gemeu, chamando-o de meu amor.
***
Já estava deitado quando ela chegou, tarde, esbarrando nos móveis e tateando no escuro em busca do banheiro.
***
Arrastou-se até sair da lama. Ia morrer, mas com dignidade.
***
O amor finou-se numa manhã de inverno. Seca, fria, ela negou-lhe um beijo.
***
Depois do quinto copo, esqueceu os sermões do pastor: subiu na mesa e dançou como uma stripper.
***
A fumaça do incenso forma galáxias no centro da sala. É o fim, ele sabe. Ana cruza esse universo e evapora-se sem dizer adeus.
***
Desde a infância carregava aquele corpo inexpressivo, carente de carne e força. Doenças e vagar a ermo alimentavam-se do seu ser.
Por Geraldo Lima –Professor, Escritor e Colaborador do Jornal de Sobradinho
Queria viver um amor de novela, profundo, intenso, mas não deu. O amante era raso, avesso a fantasias.
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Disse que não, que gritaria, mas depois gemeu, chamando-o de meu amor.
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Já estava deitado quando ela chegou, tarde, esbarrando nos móveis e tateando no escuro em busca do banheiro.
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Arrastou-se até sair da lama. Ia morrer, mas com dignidade.
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O amor finou-se numa manhã de inverno. Seca, fria, ela negou-lhe um beijo.
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Depois do quinto copo, esqueceu os sermões do pastor: subiu na mesa e dançou como uma stripper.
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A fumaça do incenso forma galáxias no centro da sala. É o fim, ele sabe. Ana cruza esse universo e evapora-se sem dizer adeus.
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Desde a infância carregava aquele corpo inexpressivo, carente de carne e força. Doenças e vagar a ermo alimentavam-se do seu ser.
Por Geraldo Lima –Professor, Escritor e Colaborador do Jornal de Sobradinho
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