ENTREVISTA: REGINA AMARAL
UM ANO DA SECRETARIA DE
CONDOMÍNIOS
Proposta pelo deputado Agaciel
Maia, vice-presidente eleito da Câmara Legislativa, com apoio dos deputados que
compõe o bloco, Olair Francisco, Roney, Michel e Wellington, a Secretaria de
Regularização dos Condomínios (Sercond) completou um ano no dia 21 de dezembro.
Nesta entrevista exclusiva, a Secretária Regina Amaral faz um balanço positivo
dos trabalhos do novo órgão, que, agora, estruturado e instalado, está pronto
para avançar com a regularização, assunto que é prioridade do Governador Agnelo
Queiroz. O ano de 2012 termina com mais nove condomínios aprovados.
A senhora
completa nos próximos dias 90 dias à frente da Secretária de Condomínios, na
condição de interina, isso a incomoda?
Regina
Amaral – Não
me preocupo com essa questão. Estou à frente da Secretária de Condomínios,
exercendo minhas funções com todas as prerrogativas do cargo. Vim para cá com a
missão de cumprir dois desafios: estruturar administrativamente a Secretaria e
avançar com a regularização.
E em que
pé estão esses desafios?
Regina
Amaral – A
Secretaria, desde quando foi criada, estava provisoriamente, instalada no
DFtrans. Foi importante para nós, porque nos dava um endereço. Quando assumi a
pasta, meu primeiro objetivo foi acelerar a estruturação da sede. Esse objetivo
foi cumprido. Posso dizer com satisfação que a Secretária de Condomínios agora
tem um endereço.
O que a
Secretaria está fazendo, na prática, para que as ações cheguem aos moradores e
síndicos?
Regina
Amaral – Bem,
ao assumir a Secretaria uma das minhas primeiras ações foi criar a Secretaria
Itinerante. Por quê? A Secretaria precisava dar uma resposta aos moradores de
condomínios. Melhor, a Secretaria tinha a obrigação de conversar, discutir com
os condomínios, informar claramente a função e os instrumentos e meios que a
Secretaria está colocando em ação para ordenar o processo de regularização. E é
isso que estamos fazendo na prática. Abrimos a agenda para os síndicos. Temos
ido aos residenciais para discutir com eles, de forma transparente, em
linguagem simples, quais as etapas, quais os procedimentos que os condomínios
terão que cumprir, até que cheguemos ao cartório de registro de imóveis.
E o que
há de novo no “script” da regularização?
Regina
Amaral – Eu
não chamaria de novo, mas de ordenamento. Sem o ordenamento administrativo,
vários e vários órgãos responsáveis pela análise de processos dos condomínios,
continuariam a atuar isoladamente. Nesse processo, é importante verificar não
somente a questão fundiária, mas avaliar o impacto produzido no meio ambiente e
a questão urbanística. Temos que acelerar o processo, pois esses estudos têm
prazo de validade e tem um custo muito alto.
Esse é o
papel da Secretaria. Dar racionalidade administrativa, celeridade e
transparência ao processo de regularização.
Então,
agora não há mais desculpas. A regularização é definitiva?
Regina
Amaral – Só
existe um modelo de regularização. Definitiva! Mas definitiva quer dizer,
rigorosamente obediente aos princípios legais, fundiário, ambiental e
urbanístico. Tenho explicado que a regularização não é um processo rápido, a
curto prazo, pois se fosse assim, muitos outros governantes já teriam
conseguido concluir. Entendo que é importante adotarmos medidas e avançarmos de
acordo com a legislação, de maneira a não deixar brechas para um retrocesso.
Mas a
senhora não respondeu a questão. Então não há mais desculpas?
Regina
Amaral – Deixa
eu te dizer uma coisa. O Governador Agnelo não foi só de uma grande lucidez
quando criou a Secretaria de Condomínios. Foi de uma coragem muito grande. Até
aqui, criava-se um órgão aqui, outro acolá, principalmente de fiscalização e
derrubadas. Mas, ninguém teve a lucidez e a coragem de resolver a questão. A
Secretaria de Condomínios foi criada para isso. Ela reúne, hoje, todos os
órgãos e instrumentos necessários para dar transparência, credibilidade,
ordenamento e celeridade ao processo de regularização.
Agora,
não se faz regularização por decreto. Não se faz regularização por
voluntarismo. Vivemos num estado de direito. O Governo, como qualquer cidadão
está sujeito às leis.
Então,
respondendo, a sua questão: todos os instrumentos para a regularização dos
condomínios estão criados. Temos as condições ideais de coordenação definidos.
Cabe-nos seguir aquilo que a lei determina. Hoje, temos dois instrumentos para
conduzir o processo de regularização: o TAC e o PDOT, além, do Código Florestal
e da Lei do Minha Casa, Minha Vida, que vieram para ajudar no processo. Neles
estão previstos todos os fundamentos para que esta cidade continue a se
desenvolver, a crescer e ocupar seus espaços de forma ordenada.
Como foi
recebida sua aproximação com o Ministério Público, já que muitas pessoas do
Governo julgam que o MP quer governar ou no mínimo dificultar a
governabilidade?
Regina
Maria – Interessante
você me perguntar isso agora. A minha visita ao MP ocorreu logo no início de
minha posse aqui na Secretaria. O MP havia obtido uma decisão favorável de
impedimento de registros cartoriais de dois condomínios. Eu aprendi, com meu
pai, desde cedo, que acordos são para se cumprir. E que isso pressupõe
igualdade de direitos e obrigações. Quando essa balança desfavorece um em
relação ao outro, o caminho correto é a Justiça.
Fui ao MP
na condição de Secretária de Pasta para tratar dessa questão e também, para
buscar, não uma aproximação como o senhor coloca, mas demonstrar que o Governo
Agnelo continuava com o mesmo propósito de dialogar na busca de entendimento.
Disso, dei ao senhor Governador um relato minucioso de minha ida ao MP. Dele,
jamais ouvi uma recriminação pelo meu gesto. Creio que hoje, temos todas as
condições de Governo e MP sentarem-se à mesa quando algo que necessite ser
ajustado, rediscutido no TAC, tenha que ser discutido. Não por acaso, o acordo
se chama Termo de Ajuste. É para ajustar mesmo, quando necessário. Acredito,
firmemente, que o diálogo é, sempre, o melhor caminho.
Na semana
passada, o Conplan se reuniu e deu parecer favorável a nove condomínios. O que
mudou em relação àqueles dois condomínios que foram impedidos pelo MP de serem
registrados e agora?
Regina
Amaral – O
Coplan é um Conselho formado por profissionais da mais elevada competência e
conhecimento de políticas públicas e planejamento urbano, no qual a Secretaria
dos Condomínios também tem assento e voto. O selo de aprovação do Conplan é uma
garantia de que todas as exigências urbanísticas exigidas dos condomínios
foram, rigorosamente, cumpridas.
Como já
expliquei, o PDOT estabelece que os condomínios sejam regularizados por bairro.
Essa será nossa prioridade no próximo ano para podermos avançar ainda mais. Já
começamos a visitar e estudar três setores para executarmos o planejamento.
Nenhum condomínio poderá ser regularizado sem que estejam, claramente,
definidos os locais de instalação dos equipamentos públicos (escolas, postos de
saúde) etc.
A senhora
foi assessora pessoal do ex-deputado Pedro Passos. A senhora se sente
confortável ocupando essa função?
Regina
Amaral –
Peço licença para fazer uma correção na sua pergunta. Não sei o que vem a ser
isso: assessora pessoal. Nunca soube que existe ou existiu esse cargo na
estrutura da Câmara Legislativa, que foi onde trabalhei como assessora
parlamentar do ex-deputado. Na Câmara, exerci também as funções de Chefe da
Seção de Relações Pública. O balanço que faço desse período é o seguinte: tenho
imenso orgulho de ter contribuindo, como assessora parlamentar, e ter podido
convencê-lo a sugerir ao Governo à época, a criação da RA do Jardim Botânico.
Sinto
imenso orgulho de ter contribuído para que um aglomerado de quase 60
condomínios, onde vivem, hoje, aproximadamente 30 mil pessoas, tenha alcançado
o status de cidade. Os benefícios dessa mudança foram muito
importantes para os moradores. Isto significa orçamento próprio para ser
investido na cidade. Isto significa uma administração própria que cuida da
prestação dos serviços públicos básicos: iluminação, asfalto, policiamento,
etc. etc. Enfim, melhorias para a cidade.
Ainda
nesse período, como assessora parlamentar, sugeri a proposição de uma lei que
garantisse aos condomínios o direito de manterem seus muros e portarias, num
momento crítico de derrubadas. A lei, mesmo julgada inconstitucional, por vício
de origem foi, naquela época, determinante para que os condomínios continuassem
a ter o controle de seus limites geográficos e segurança dos moradores.
Feito
esse registro, autorizo o senhor a pesquisar em qualquer instância judicial ou
policial, se existe um único registro de ocorrência, denúncia, processo,
etc. etc. que envolva meu nome em algum ilícito de qualquer natureza, cívil ou
criminal, e principalmente referente a crimes de grilagem. Aceito qualquer crítica
sobre o meu trabalho, mas repudio esse pensamento maniqueísta cínico.
Alguma
mensagem para os moradores dos condomínios?
Regina
Amaral – Reafirmo
minha confiança, minha crença, minha esperança que esse caminho novo que agora
estamos fazendo, tem todas as condições de nos levar à regularização definitiva
dos condomínios.
Repito,
esse caminho novo é feito pela obediência às regras jurídicas que rege a
condução da regularização dos condomínios e pela firme decisão do Governador
Agnelo, de fazer. Repito: Decisão de fazer!
Vivemos
35 anos num caos absoluto. Agora, cada morador sabe exatamente qual é o caminho
da regularização de seu condomínio. E entre todas as funções desta Secretaria,
uma delas será prioridade absoluta: o direito de cada morador a receber informação
clara sobre o seu condomínio. Um dos papéis da Secretaria itinerante é
exatamente de conversar. Esclarecer dúvidas. Informar. Levar mais qualidade de
vida.
Endereço
da Sercond: Av. W-3 Norte, Quadra 509, Bloco A, Ed. Nazir I (antigo CNPq)
Fonte:
Jornal Alô Brasília
Nenhum comentário
Postar um comentário