Visita à exposição de alunos do Picasso Não Pichava
A primeira vez em uma
exposição
Alunos do Picasso Não
Pichava visitam acervo latino-americano e conhecem o CCBB
Quase trinta
alunos do núcleo de Planaltina do projeto Picasso não Pichava, do programa Viva
Brasília – Nosso Pacto Pela Vida, conheceram na última sexta-feira (14) um dos
principais polos de cultura, arte e entretenimento da capital do país: o Centro
Cultural Banco do Brasil, no Setor de Clubes Sul. Os 27 alunos da oficina de
Planaltina, que é dada no Centro de Atendimento Especializado à Mulher,
conheceram os trabalhos da exposição ‘Horizontes da América Latina e Caribe’. O
objetivo não foi apenas ampliar o conhecimento cultural da turma, foi também
proporcionar uma mudança na rotina de pessoas que vivem em situação de risco em
relação à criminalidade e à violência, e que por vários fatores, entre eles a
dificuldade de chegar a certos locais da cidade, acabam privadas do mundo
maravilhoso da cultura e da arte.
Segundo o
professor de pintura Hebert Vieira, a arte é uma possibilidade de agregar
valores. “A arte visual com certeza vai inserir neles aspectos ideológicos,
sociais e de cidadania, dando uma nova visão da vida”, disse. A visita permitiu
que eles se vissem como artistas e, para o professor, uma coisa é o aluno
gostar ou ter dom artístico, e outra é ele aprender a técnica e vivenciá-la,
observando como artistas consagrados a utilizam.
Visitar pela
primeira vez uma galeria de arte do CCBB fez com que a dona de casa Maria
Aparecida Nunes, 34 anos, comparasse as telas dos pintores com as que faz
durante as oficinas. “Antes eu achava que os desenhos que faço são simples
demais, mas aqui eu vi que o simples é chique”, avaliou.
A exposição,
que vai até o dia 24 de novembro, reúne o acervo das embaixadas de Brasília e
de obras dos governos da América Latina. O objetivo é tornar conhecida a
cultura dos países vizinhos por intermédio da arte. No local estão expostas
mais de 60 obras de 43 artistas. Entre eles estão os brasileiros Di Cavalcanti,
Cícero Dias, Maria Leontina, Tomie Ohtake e o mexicano Diego Rivera.
Incentivo à
autoestima
Entre os
alunos da oficina de pintura há mulheres que foram vítimas de violência
doméstica. O passeio foi uma forma de elevar a autoestima delas, fazendo com
que interagissem e esquecessem suas cicatrizes. “Apesar de muitas delas terem
passado por situações de violência, é importante fazer com que elas vejam que
na vida há momentos prazerosos”, destacou a psicóloga do Ceam, Ana Karina Dias.
Por meio da
exposição, a artesã Angélica Ângela da Silva, 45 anos, se sentiu estimulada
para continuar o curso. “Me sinto mais motivada. Nas aulas conheci obras de pintoras
brasileiras, como a Tarsila do Amaral, e durante a visita reconheci a pintura
‘Os pescadores’ de Di Cavalcanti”, comentou.
Encantadas,
as alunas visitaram também a exposição de artes visuais 'Natureza,
Diversidade& Arte em Papel'.
O Picasso
Não Pichava, que passa por revitalização, tem o objetivo de inserir jovens e
adultos em atividades artísticas e culturais, para desenvolver a criatividade,
a autoestima, além de incentivar o uso consciente dos espaços públicos. O
programa atende, por mês, a 165 pessoas de quatro cidades: Planaltina e
Cruzeiro, com oficinas de desenho, serigrafia e costura; e Itapoã e Ceilândia,
com aulas de capoeira.
(*) Fonte: Secretaria
de Estado da Segurança Pública e da Paz Social do DF
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