REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
Regularização é
indispensável para partilha de bens imóveis
Decisão recente do STJ
reforça importância da regularização fundiária para o crescimento ordenado e
para proteger as famílias
Perder um
familiar significa ter de lidar, além da tristeza e do abalo emocional, com
todos os procedimentos jurídicos que listam os bens do falecido e identificam
quem são seus herdeiros, determinando como se dará a partilha dessa herança.
Para que esses bens possam ser utilizados sem nenhuma restrição, a recomendação
dos especialistas é fazer o inventário o quanto antes ou buscar o consenso
entre os envolvidos sobre a partilha. Para aqueles que adquiriram lote
irregular, esses trâmites são ainda mais difíceis porque comprovar a
propriedade é praticamente impossível.
Decisão
recente da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) coloca mais um
empecilho para os herdeiros de propriedades em locais ainda não-regularizados:
o prosseguimento da ação de inventário depende da regularização das
propriedades. Ou seja, é indispensável que os bens imóveis que compõem o acervo
de espólio sejam regularizados perante o cartório competente para que os
herdeiros possam usufruir deles.
“A imposição
judicial para que sejam regularizados os bens imóveis que pertenciam ao
falecido, para que apenas a partir deste ato seja dado adequado desfecho à ação
de inventário, é, como diz a doutrina, uma ‘condicionante razoável’,
especialmente por razões de ordem prática – a partilha de bens imóveis em
situação irregular dificultaria sobremaneira, senão inviabilizaria, a
avaliação, a precificação, a divisão ou, até mesmo, a eventual alienação dos
referidos bens imóveis”, apontou a relatora do recurso especial ao STJ, ministra
Nancy Andrighi.
Preocupados
com o futuro de suas famílias, os moradores dos parcelamentos existentes na
área da antiga Fazenda Paranoazinho, condomínios do Grande Colorado, Boa Vista
e Contagem, já estão passando pelo processo de regularização. A Urbanizadora
Paranoazinho, proprietária dos lotes da região, em Sobradinho, oferece diversos
descontos e subsidia o preço, cobrando até 30% do valor para que os
proprietários tenham sua situação regularizada. “Regularização é a valorização
do patrimônio, segurança para os herdeiros e famílias, responsabilidade com a
cidade e com o meio ambiente. Fortalece todos os aspectos que fazem com que
sejamos uma sociedade”, afirma o diretor-presidente da UPSA, Ricardo Birmann.
Ex-síndico
do Condomínio Solar de Athenas, em Sobradinho, o militar Aluísio Madruga de
Moura e Souza, de 80 anos, entende a importância da regularização de seu
imóvel, de mil m². “Tenho esposa, filhos e netos e minha idade já me preocupa
porque não quero deixar problemas para minha família depois que eu me for. O
trabalho da UPSA é importante porque sem a regularização não há segurança para
meus familiares”, acredita o morador, que mora no condomínio há vinte anos.
Há dez anos
a UPSA se dedica para a regularização de todos os parcelamentos existentes na
área da antiga Fazenda Paranoazinho. Esse esforço representa a transferência da
escritura definitiva de titularidade do lote para quase 30 mil pessoas, além da
melhoria na qualidade de vida das pessoas. Atualmente, cerca de 30% dos mais de
seis mil lotes da área já possuem escritura ou estão em processo de
regularização.
César Pessoa
de Melo, proprietário de uma casa no mesmo condomínio há 18 anos, também
entende a importância da regularização para o futuro. “Tudo na vida é melhor
regularizado e dentro da legalidade. Muitos de nós só descobrimos que
precisávamos regularizar ao tentar colocar a propriedade no nosso nome, por
isso é importante aderir à UPSA para registrar esses imóveis e garantir que
nossas famílias estejam seguras”, explica o morador.
A região que
possui lotes irregulares também perde com essa situação, pois não atrai
investimentos públicos como escolas, postos de saúde, segurança e
empreendimentos como bancos e shoppings, que se instalam apenas em regiões
regularizadas. Quando a UPSA adquiriu a antiga Fazenda Paranoazinho, a área já
estava ocupada por mais de cinquenta parcelamentos os chamados condomínios.
Desde então, a equipe de urbanistas e advogados da UPSA desenvolveu uma
metodologia técnica e jurídica para viabilizar a regularização dessas ocupações
que serviu de modelo para inúmeros processos de regularização promovidos pelo
Governo do Distrito Federal, pela Agência de Desenvolvimento do Distrito
Federal (Terracap) e pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito
Federal.
Fonte: Karolina Kopko / santafeideias.com.br
Nenhum comentário
Postar um comentário