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POESIA


Faz um pacto comigo



Ficamos nós dois mudos!

Calados!

Inertes!

Absortos!

Depois da hora derradeira.

Bem depois do amor...

Quando as primeiras impressões,

Dissiparem-se por completo.

E não sobrar mais nada...

De nós dois!

E tu ter me esquecido,

Completamente!

***

Hei! Olvidado amor...

Não chore assim!

Faz um pacto de sangue comigo.

De não nos amarmos mais!

Quando o carrasco vier nos buscar.

Quando o destino nos afastar.

Para todo o sempre!

***

Faz um pacto de silêncio comigo!

Silenciamos!

O nosso amor clandestino.

Para que os deuses e deusas.

Tenham piedade de nós.

***

Hei! Luz da minha vida...

Não sonhe mais comigo.

Em horas impróprias...

Não digas furtivamente!

Para mais ninguém...

Que ainda me amas.

Não digas para os outros...

Que ainda sonhas comigo!

Em horas extremas.

***

Fui eu que deixei...

As cinzas das horas...

Levar o meu platônico amor!

Por ti.

Minha divina Luna!

E o olhar da Medusa...

Sepultou o meu profano amor

Por ti…

Para todo o sempre.

Minha Beltia imortal...



(*) Por Samuel da Costa /(foto)  Poeta

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