Entrevistas Eleições 2018
Rollemberg: “A diferença é
a honestidade”
O governador
revelou que pensou em não disputar a reeleição. Mas, por fim, transferiu para o
eleitor a responsabilidade de escolher entre: a corrupção que levou vários
políticos locais para a cadeia, ou um governo honesto, que tirou a cidade das
páginas policiais
(*) Orlando
Pontes
Rodrigo
Rollemberg chegou a pensar em não disputar a reeleição. Mas, segundo ele,
“falou mais alto” o seu compromisso com Brasília. Na reta final da campanha, o
governador concedeu esta entrevista ao Brasília Capital e transferiu para o
eleitor a responsabilidade de escolher, no dia 7 de outubro, entre dois
modelos: a corrupção que levou vários políticos locais para a cadeia e outros a
serem condenados pela Justiça, ou um governo honesto, que tirou a cidade das
páginas policiais. “Será que a população do DF quer a volta da corrupção ou
quer uma cidade administrada com seriedade, honestidade e correção?”.
Rollemberg faz um balanço de sua gestão. Além de colocar a casa em ordem,
equilibrou as contas públicas, pagando o rombo de R$ 6,5 bilhões que recebeu de
seu antecessor, Agnelo Queiroz (PT). Orgulha-se de não ter atrasado salários de
servidores, de pagar o 13º no mês do aniversário e de não ter transformado em
precatórios a pecúnia dos professores aposentados. Lista obras importantes em
cidades como Taguatinga, Águas Claras e Vicente Pires, e projeta um novo
governo de grandes realizações. “Com as contas em ordem vamos poder fazer muito
mais”, aposta.
Rollemberg: “não seria correto, agora que
arrumamos as contas, abrir mão para que pessoas que representam os grupos que
colocaram Brasília na situação que eu peguei, em função da corrupção e da
irresponsabilidade, pudessem voltar ao poder”. Foto: Renan Baffi
Por que o
senhor quer mais quatro anos no Buriti? – Eu pensei muito se seria candidato
novamente. Esses quatro anos foram muito difíceis. Especialmente o início do
governo. Eu passei muitas madrugadas em claro sem saber como superar o rombo de
R$ 6,5 bilhões que a gente recebeu. Me tirava o sono pensar como garantir o
pagamento do salário dos servidores em dia, dos terceirizados, como pagar os
fornecedores e prestadores de serviços, como pagar a dívida do governo
anterior. Foi muito sacrifício. Foram três anos muito difíceis. Mas não seria
correto que agora que arrumamos as contas e estamos em uma situação financeira
muito melhor, abrir mão para que aquelas pessoas que representam os grupos que
colocaram Brasília na situação que eu peguei, em função da corrupção e da
irresponsabilidade, pudessem voltar ao poder. Meu compromisso com Brasília
falou mais alto, e por isso decidi continuar nessa missão de servir à população
do Distrito Federal.
Os seus
adversários alegam que o senhor ficou muito tempo olhando o retrovisor em vez
de olhar para a frente. – Nós olhamos o tempo todo para frente, mas recebemos
uma dívida de 6 bilhões que tivemos que pagar. E pagamos quase toda. Ainda hoje
eu vi um depoimento de uma pessoa que tem um parente no Rio de Janeiro dizendo
que lá os servidores públicos estavam indo morar em casa de parentes porque não
estavam conseguindo pagar aluguel. As pessoas estavam se organizando para dar
cesta básica para os servidores, porque estavam há meses com os salários atrasados.
Mas parece
que os servidores do GDF não andam muito satisfeitos com a sua gestão… – Nós
fizemos todo o esforço para que os servidores tivessem todo mês o salário em
dia. E tiveram. Não apenas o salário, mas o 13° pago no mês do aniversário.
Estamos pagando a pecúnia dos professores. Poderíamos jogar para precatório,
mas não transformamos, e estamos pagando. Portanto, eu tenho convicção de que
eu fui muito atento e priorizei o servidor público. Compare a situação de
Brasília com a de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul,
estados ricos que estão atrasando e parcelando salários.
Além da
questão salarial, tem as condições de trabalho e a formação profissional. –
Fizemos grandes programas de qualificação profissional. Hoje os servidores
públicos no DF podem fazer mestrado em Finanças Públicas na UnB. Tiveram a
oportunidade de se capacitar pela Fundação Dom Cabral. Ampliamos a licença
paternidade de sete dias para 30 dias. Portanto, eu tenho convicção de que
fizemos o possível para o servidor. E sou muito grato aos servidores públicos
que nos ajudaram a superar esse momento de tanta dificuldade da nossa cidade e
do nosso país.
Rollemberg: “Eu quero ser conhecido como o
governador que levantou Brasília, arrumou as contas e fez a cidade voltar a se
desenvolver”. Foto: Renan Baffi
Seus
adversários prometem pagar uma série de reajustes e de reposições salariais já
no primeiro mês de um eventual governo deles. Como o senhor classificaria esse
discurso? – O que está em questão neste momento não é só a eleição de um novo
governador. Está em questão qual é o futuro que nós queremos para o DF. Em uma
semana tivemos um ex-governador condenado a sete anos de cadeia; um candidato
condenado a quatro anos de prisão; e esse mesmo candidato envolvido em mais um
processo em que o MP pede sua condenação; tivemos uma candidata que quer
construir mais dois estádios e o Ministério Público pediu seu indiciamento em
função de fraude em licitação no Rio de Janeiro; tivemos outro candidato que o
MP pediu o indiciamento em função de fraude em licitações e recebimento de
recursos da educação no pequeno e pobre município de Jacobina, no interior da
Bahia. Eu fui deputado distrital, deputado federal, senador, governador,
secretário de Turismo, secretário de Ciência e Tecnologia e não respondo a
nenhum processo. Essa é a diferença! A gente quer voltar a um passado de
corrupção que tantos prejuízos e tanta vergonha trouxe a Brasília, ou queremos
um governo sério, honesto, que teve falhas, que reconhece que não fez tudo que
queria ter feito, mas que fez o que foi possível e pode fazer daqui pra frente
muito mais, porque está com as contas arrumadas?
A quê o senhor atribui essa alta
rejeição, já que fez tantas coisas à frente de um governo transparente, de
“mãos limpas”, como diz o seu slogan? – A rejeição é à política e aos políticos. E a população tem
toda razão de estar indignada com a política. Liga a TV e todo dia é uma
denúncia envolvendo políticos importantes do Brasil, políticos importantes que
governaram Brasília no passado. É claro que a população fica indignada. No
primeiro momento não separa ninguém, e acaba rejeitando aqueles que estão em
mais exposição, como eu estou. Mas tenho andado nas ruas e recebido o carinho
da população, o reconhecimento de que temos um governo sério e honesto. As
pesquisas estão demostrando que com o esclarecimento essa rejeição vem caindo a
cada dia. Eu tenho muita convicção de que estarei no segundo turno, e no
segundo turno é outra eleição. Teremos mais tempo de TV para mostrar o que
fizemos, o que vamos fazer e qual a nossa diferença em relação aos demais
candidatos. Por que alguns candidatos escondem os seus aliados? Eu por exemplo
não vejo o candidato Ibanez apresentar na TV o seu padrinho, que é o Tadeu
Filippelli, condenado e preso na Lava Jato.
Por que o Ibaneis subiu tanto nas
pesquisas? – Ele
está panfletando dinheiro, comprando cabos eleitorais e candidatos a deputado.
Mas o dinheiro não compra a consciência de todo mundo. Com tempo de televisão
igual no segundo turno, teremos a oportunidade de mostrar essas coisas. Eu
tenho orgulho de mostrar meus aliados – a Leila do Vôlei, candidata ao Senado,
uma pessoa que nasceu em uma família humilde de Taguatinga, lutou a vida toda e
representou muito bem Brasília e o Brasil; o Chico Leite, um deputado exemplar,
sempre vinculado a projetos importantes, como a Lei da Ficha Limpa, a Lei do
Voto Aberto, a Lei da Transparência, do concurso público; nosso vice, Eduardo
Brandão, uma pessoa correta. Nossos aliados são pessoas que temos honra de
mostrar.
Mas o seu
vice Renato Santana, que ainda está no cargo, agora é seu adversário… – Ele não
estava maduro para assumir um cargo de tamanha responsabilidade.
Como mudar essa imagem de um governo
pouco efetivo? – A
imagem do governo pouco efetivo não é verdadeira. Talvez tenhamos pecado por
ter investido pouco em publicidade. Pegamos a cidade com um rombo de R$ 6
bilhões. Primeiro tivemos que arrumar a casa num momento de recessão econômica
no país. Não foi fácil, mas nós conseguimos. Agora eu te pergunto: qual foi o
único que estado que, apesar de tudo, conseguiu construir um novo hospital? Nós
construímos o novo Hospital da Criança, que começa a funcionar esta semana com
202 leitos, sendo 32 leitos de UTI Pediátrica, com os equipamentos mais
modernos do mundo. Estamos fazendo três estações do metrô, inclusive uma em
Águas Claras. Abrimos mais de 16 mil vagas em creches e educação infantil.
Acabamos com a ferida aberta no coração do país, que era o Lixão da Estrutural,
e criamos o Aterro Sanitário. Hoje os catadores estão trabalhando em galpões em
melhores condições e recebendo para fazer a separação do lixo. Acabamos com a
crise hídrica no Distrito Federal. A seca está acabando e a barragem do
Descoberto ainda está com 68% de sua capacidade, porque fizemos duas obras de
captação e tratamento de água que permitem que essa água abasteça cidades antes
abastecidas pelo Descoberto. E até o final do ano iremos terminar a maior obra
de captação e tratamento de água em curso no Brasil, que é Corumbá 4, que
colocará 5,6 mil litros por segundo no nosso sistema. Estamos fazendo o Trevo
de Triagem Norte, a maior obra viária da história de Brasília. Vai melhorar
muito a mobilidade urbana de quem mora na região norte do DF. Estamos colocando
asfalto em Vicente Pires, que irá acabar de uma vez com os problemas de
enchente por lá. Estamos asfaltando o Sol Nascente e o Porto Rico. Implantamos
o bilhete único. Não é pouca coisa que fizemos no governo. Talvez não tivemos a
competência adequada para mostrar isso para o povo.
“A seca está
acabando e a barragem está com 68% da capacidade porque fizemos obras de
captação para cidades antes abastecidas pelo Descoberto”. Foto: Renan Baffi
Quais os benefícios o seu governo
levou para o triângulo formado pelas cidades de Taguatinga, Águas Claras e
Vicente Pires? – Em
Águas Claras nós fizemos a duplicação da DF-079. Eu me lembro de quando fui
visitar a obra e as pessoas passavam buzinando, aplaudindo o governo. No último
domingo nós abrimos mais 31 hectares que cedemos da Residência Oficial do
governador para o Parque Ecológico. Estamos construindo dentro dessa área a
ciclovia e a pista de caminhada para a
população. Trocaremos toda a iluminação do parque por LED. Vamos concluir até o
final do ano a terceira saída de Águas Claras, margeando a Residência Oficial,
para a EPTG. Além disso, vamos concluir até o final do ano uma nova estação do
metrô. Em Vicente Pires, já fizemos praticamente toda a rede de esgoto e
estamos fazendo a rede de drenagem. Estamos concluindo o asfalto e já asfaltamos
as principais avenidas. Vamos colocar toda a iluminação de LED e iremos colocar
também todos os equipamentos públicos, como Unidade Básica de Saúde e escolas.
Já em Taguatinga, já foi licitado o túnel no centro da cidade. A empresa foi
selecionada, mas a empresa que perdeu entrou na Justiça e o Tribunal de Contas
pediu a suspensão. Tão logo a gente tenha uma decisão do TCDF vamos dar início
às obras do túnel de Taguatinga. Além disso, já estamos com o projeto pronto e
já temos os recursos para licitar até o final do ano o BRT ligando o Plano
Piloto até o Sol Nascente, passando pela Estrada Parque Indústrias Gráficas,
EPTG, Pistão Norte, Hélio Prates até no Sol Nascente. Temos também a
Interbairros, que chamamos de Transbrasília, que já superou vários entraves
jurídicos e criará um novo eixo de desenvolvimento e mobilidade para quem mora
em Águas Claras, Taguatinga e Samambaia.
Rollemberg: “Fiz um governo sério, honesto, sem
negociatas, sem mentiras. Hoje me sinto em muito melhores condições de governar
nossa cidade e fazer muito mais por Brasília e pelos brasilienses”. Foto: Renan
Baffi
De onde virão os recursos para a
Transbrasília? –
Será uma PPP – Parceria Público-Privada. Já temos uma proposta, estamos fazendo
os ajustes e submetendo ao Tribunal de Contas para fazer a licitação final. Nós
iremos enterrar o linhão de alta tensão, criar alguns lotes, e serão esses
lotes que irão financiar a obra que será nada mais nada menos que o parque
linear que ligará o Plano Piloto, Guará, Águas Claras, Taguatinga, Samambaia,
melhorando a qualidade de vida de quem mora nessas cidades.
Falando em
qualidade de vida, o gargalo do país tem sido a Saúde. O senhor criou o
Instituto do Hospital de Base, alvo de muitas críticas. Qual a avaliação do
governo em relação a essa medida? – Eu pretendo ampliar. Acabamos de receber
uma ligação de uma senhora chamada Divina, moradora do Areal, emocionada,
dizendo que foi ao Hospital de Base e não imaginava que seria atendida tão
rápido. Fez os exames, fez a cirurgia e está encantada com o hospital. Ainda
não é uma perfeição, mas está caminhando todos dias para melhorar. Mas está
infinitamente melhor do que era antes. É um crime o que esses candidatos
prometem, dizendo que vão acabar com o IHB, caso sejam eleitos. Por sorte da
população, não serão. Vou dar alguns exemplos do que significa o Instituto,
reconhecendo que ainda temos muito o que melhorar. Quando o IHB começou a
funcionar no dia primeiro de janeiro, tinha 107 leitos fechados. Os 107 leitos
foram reabertos. Tinha seis salas de cirurgia funcionando. Hoje temos 12. O
atendimento inicial demorava mais de 40 minutos. Hoje demora 11 minutos.
Enquanto a rede pública de saúde está gastando oito meses para comprar
medicamentos, o Hospital de Base gasta 40 dias e ainda compra mais barato.
Batemos todos os recordes nos últimos quatro anos de cirurgias ortopédicas.
Também bateu o record de todos os hospitais, incluindo os da rede privada, de
cirurgias de transplante de córneas. Zeramos a fila da radioterapia no DF, com
o apoio do IHB. Portanto, é um sucesso total. As pesquisas realizadas dentro do
HBB provam que 60% da população consideram o serviço de qualidade. E é isso que
temos de levar para os outros hospitais do DF, para o HMIB, HRT, para a
Ceilândia, Gama, e com isso garantir a melhoria no atendimento das pessoas.
O governo
também é alvo de muitos ataques da área de segurança, em especial do Sindicato
dos Policiais Civis, que cobra a paridade com a Federal. Afinal, o senhor não
paga porque é mau, porque não gosta da Civil ou porque não tem dinheiro? – Eu
não paguei porque não tinha dinheiro. Vou deixar aqui para quem está lendo
fazer o seu juízo de valor: no último dia da presidente Dilma, ela deu aumento
de 37% para a Polícia Federal. Vocês acham que Brasília estava em condições de
dar 37% de aumento para uma única categoria?
Isso custaria R$ 696 milhões por ano. Para o ano que vem isso
custaria R$ 942 milhões, porque nesse
intervalo nós contratamos muitos policiais, delegados, agentes, peritos,
papiloscopistas, e também porque se tem um crescimento vegetativo da folha.
Então era impossível dar esse aumento. É claro que se eu pudesse, teria dado o
aumento. Mas era realmente impossível. Se tem uma coisa que prezamos no meu
governo é a responsabilidade. Eu sempre disse eu não vou ficar conhecido como o
governador que quebrou Brasília. Pelo contrário. Eu quero ser conhecido como o
governador que levantou Brasília, que arrumou as contas e fez com que a cidade
voltasse a se desenvolver. E hoje estamos com as condições necessárias para
isso. Um exemplo: este ano já contratamos mais de três mil e quinhentos
servidores da Saúde. Semana passada contratamos 200 novos médicos emergencistas
para trabalhar nas UPAS e hospitais e médicos especialistas em saúde da
família, uma categoria que a gente criou no nosso governo. Já são 1,9 mil
médicos contratados. Nós contratamos só este ano mais de mil servidores da
Educação. Contratamos agentes do sistema penitenciário, do sistema
socioeducativo, do metrô. Agora, nós só tivemos a condição de contratar porque
arrumamos as contas e saímos da Lei de Responsabilidade Fiscal. E eu tenho
compromisso de já em janeiro contratar os professores de atividades, os
professores especialistas, os orientadores, monitores, secretários e técnicos
da educação. Todos os professores aprovados e grande parte dos orientadores e
monitores. Nós estamos, neste momento, realizando um concurso para 3.300
policias, sendo 300 oficiais e 3 mil praças. Eu tenho o compromisso de, ano que
vem, contratar duas turmas do Corpo de Bombeiros, de contratar agentes do
sistema socioeducativo, agentes penitenciários. E por que nós estamos fazendo
isso? Porque arrumamos a casa e agora temos na Lei Orçamentária Anual, já
enviada para Câmara Legislativa, R$600 milhões para novas contratações e para
reposição salarial dos servidores públicos do GDF.
O candidato
Alberto Fraga disse, em entrevista ao Brasília Capital, que caso seja
governador, os bandidos vão ter que mudar de Brasília… – Eu diria que ele tem
que tomar cuidado com as palavras. O Fraga acabou de ser condenado pela
Justiça. Agora é importante dizer que na questão da segurança nós, até o final
deste ano vamos ter 2.200 câmeras integradas no DF ligadas ao Centro Integrado
de Operação de Brasília.
O que é esse Centro Integrado? – É uma sala de controle com grandes
telões onde ficam Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros,
Secretaria de Cidades, Agefis, SLU, Secretaria de Mobilidade, Secretaria de
Saúde. Todo mundo acompanhando a cidade. Então, se ocorre um acidente, em vez
de você mandar uma ambulância do SAMU e uma ambulância do Bombeiro, você vai
otimizar o serviço, mandando a que está mais próxima. Se você identifica uma
desordem urbana, que às vezes é um som alto que está incomodando os vizinhos,
você combate. Com isso, vai tornando a cidade mais segura e com uma sensação de
segurança melhor. Logo no início do próximo ano nós vamos botar câmeras na
porta das escolas. Se tiver ali eventualmente um traficante, uma pessoa
abordando um jovem, aciona a polícia que está mais próxima, que vai lá e já
prende o traficante, sem expor o diretor da escola ou um professor. Eu fui à
São Paulo semana passada a convite do Centro de Liderança Pública para obter o
reconhecimento. Brasília subiu seis posições no ranking nacional de melhoria da
segurança pública. Enquanto em todo Brasil os índices de homicídio estão
aumentando assustadoramente, nós tivemos a maior redução de homicídios do País.
Nesses três anos e nove meses, estamos hoje com a menor taxa de homicídio dos
últimos trinta anos. Fechamos o ano passado com a menor taxa dos últimos 29
anos e estamos este ano com a menor taxa dos últimos 30 anos. Isso é uma grande
conquista que eu quero compartilhar com a Polícia Civil, com a PM, o Corpo de
Bombeiros e com a população de Brasília, porque realmente é uma grande
conquista. Isto nos permite se dizer o seguinte: quando iniciamos o governo,
tínhamos uma média de 50 homicídios por mês no DF, que dava em torno de 600
homicídios por ano. Neste mês de setembro, nós tivemos 25 homicídios. Ou seja,
reduzimos pela metade, o que me permite sonhar em ter um mês sem nenhum
homicídio no DF. E você pode ter certeza: se eu tiver a felicidade de ser
governador de Brasília novamente, nós vamos perseguir esse objetivo, de fechar
meses em Brasília sem nenhum homicídio.
Qual a mensagem o senhor deixa para o
eleitor que vai à urna no dia 7 de outubro? – Eu quero me dirigir especialmente às pessoas que
votaram em mim na última eleição
esperando algo novo. Eu reconheço que nosso governo teve falhas, que não
fizemos tudo aquilo que gostaríamos de ter feito e que planejamos fazer. Mas
tenho convicção de que fizemos o possível. Talvez fizemos até muito dentro do
ambiente em que nós governamos. Mas eu quero que você faça uma reflexão comigo:
tem três anos e nove meses que você não vê o nome de Brasília envolvido em
nenhum escândalo em cenário nacional, que era uma prática em Brasília. A gente
assistia toda semana um governador ser preso, um senador preso, um
vice-governador preso, agentes políticos importantes da cidade presos,
envergonhando a nossa cidade. Quantas vezes a gente viajou para fora de
Brasília e ouvia piadinhas tentando ligar a gente à corrupção. Isso está
acabando, minha gente! Tem três anos e nove meses que a gente não ouve falar em
corrupção, e quando aparece alguma coisa a gente age imediatamente, afasta,
pune e manda apurar. Esta é a diferença! Será que a população de Brasília quer
a volta da corrupção? A corrupção que tirou dinheiro da Educação, da Saúde e
Segurança? Que construiu aquele rombo bilionário que a gente herdou? Ou a gente
quer uma cidade administrada com seriedade, honestidade, correção? Que você
pode ter certeza de que, com o combate à corrupção vai sobrar recursos para
investir na saúde, segurança e educação. Portanto, eu estou muito tranquilo. Eu
me sinto uma pessoa que cumpriu sua missão. Não que eu tenha sido perfeito.
Reconheço que tive falhas, erros. Mas hoje eu estou mais experiente do que no
primeiro momento. Também digo com muita tranquilidade: fiz um governo sério,
honesto. Não tive negociatas. Não teve mentiras. E posso assegurar que hoje me
sinto em muito melhores condições, numa melhor situação financeira, de governar
nossa cidade e fazer muito mais por Brasília e pelos brasilienses.
(*) Por Orlando Pontes, Fotos Renan Baffi - Brasilia Capital.com.br
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