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Projeto debate machismo nas escolas públicas de Sobradinho
Oficinas
buscam discutir sinais de violência psicológica e física no meio familiar e
orientam sobre como pedir ajuda. Cerca de 5 mil adolescentes devem participar.
Oficina do projeto Valorização das Mulheres e Combate ao Machismo nas
Escolas no DF. — Foto: Divulgação
Para a coordenadora da Associação das Mulheres de Sobradinho II, no Distrito Federal, Ivonete Ribeiro, "as atitudes machistas, por menores que sejam, contribuem para o desenvolvimento do ciclo de violência". Para quebrar este ciclo, até março de 2022, 18 escolas públicas do Distrito Federal debatem o machismo e como identificar sinais de violência contra as mulheres na família e nos relacionamentos afetivos (veja cronograma mais abaixo).
A previsão é de que cerca de cinco mil adolescentes, a partir dos 13 anos de idade, tenham acesso às oficinas organizadas pela organização não governamental. Os encontros ocorrem em Sobradinho, na Fercal e em Planaltina, no DF.
Ivonete, que é assistente social, conta que o principal objetivo é "alcançar também os agressores". Ela alerta que há muitos casos praticados por jovens.
"Atendemos vítimas de violência
doméstica há 20 anos e sabemos que a pessoa não é agredida apenas pelo marido.
Muitas, mais velhas, são agredidas pelos netos e filhos também", diz
Ivonete.
Das
ofensas verbais à agressão
Oficina do projeto Valorização das Mulheres e Combate ao Machismo nas
Escolas no DF. — Foto: Divulgação
A coordenadora do projeto "Valorização das Mulheres e Combate ao Machismo nas Escolas", Ivonete Ribeiro, explica como o cenário de violência se forma, a partir da influência do machismo.
"Em analogia, seria como montar
um castelo de peças de lego, onde cada fala ou atitude provoca a inferiorização
da mulher e o fortalecimento da confiança masculina, fazendo com que ela se
sinta cada vez mais vulnerável a atitudes violentas de maior grau e ele cada
vez mais confiante para praticá-las, sem receio das consequências", diz
ela.
É assim, de forma didática, que a equipe do projeto conscientiza jovens sobre o machismo. As oficinas, que começaram no dia 17 de setembro, têm palestras, teatro e música.
"Quando a gente leva às escolas,
eles [estudantes] começam a relatar casos de violência na família. As meninas
começam a perceber, por exemplo, que há machismo na relação com os
namorados", conta Ivonete.
Para a assistente social, é importante avançar o debate com as novas gerações. "Eles têm acesso a conteúdos pela internet, pela televisão. Mas, quando acontece dentro de casa é diferente, o conhecimento pode deixar a desejar", aponta.
Violência
psicológica no DF
Secretaria de Segurança Pública do DF registrou 7,8 mil ocorrências de
violência doméstica no primeiro semestre de 2020; Foto: TV
Globo /Reprodução
De acordo com o mais recente balanço da Secretaria de Segurança Pública, houve 7.869 ocorrências de violência doméstica no primeiro semestre de 2021, no Distrito Federal. 64,5% das vítimas sofreram violência psicológica e 41,5% violência física – mas, em alguns casos, houve ambas ao mesmo tempo.
Os casos registrados nas delegacias de janeiro a junho deste ano representam uma redução de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, a Associação das Mulheres de Sobradinho notou um aumento na demanda de atendimentos – são casos que, segundo Ivonete, não chegam até as autoridades policiais.
"Fico um pouco assustada, porque
desde que a pandemia começou, o índice de violência aumentou muito, talvez por
essas mulheres estarem mais tempo com o agressor dentro de casa. Nós atendíamos
em torno de três a cinco mulheres por mês. Atualmente, atendemos cerca de 30
por mês", diz Ivonete.
Segundo ela, as vítimas vão até a
entidade procurar ajuda, tratamento psicológico e consultar advogados sobre
providências que podem ser tomadas. O atendimento é gratuito e
as pessoas interessadas podem entrar em contato por meio das redes sociais da
associação.
Valorização
das Mulheres e Combate ao Machismo nas Escolas
Escola 1: CEM 2 (Sobradinho)
·
5 de outubro: Oficina às 14h
·
26 de outubro: Oficina às 19h30
Escola 2: CEF 7 (Sobradinho II)
·
19 de Outubro: Oficina às 9h
·
26 de outubro: Oficina às 9h
Escola 3: CEF Queima Lençol
(Sobradinho)
·
28 de setembro: Oficina às 9h
·
7 de outubro: Oficina às 14h
·
18 de novembro: Teatro às 9h
Escola 4: EC 16 (Fercal)
·
30 de setembro: Oficina às 19h30
Escola 5: CEM 01 (Sobradinho II)
·
1º de Outubro: Oficina às 9h
Escola 6: EC 17 (Fercal)
·
24 de outubro: Oficina às 19h30
Escola 7: CED 03 (Sobradinho II)
·
5 de outubro: Oficina às 9h
Escola 8: CEF 03 (Fercal)
·
8 de outubro: Oficina às 9h
·
14 de outubro: Oficina às 9h
Escola 9: CEF 04 (Sobradinho)
·
14 de outubro: Oficina às 19h30
·
19 de outubro: Oficina às 14h
Escola 10: CEF 01 (Sobradinho II)
·
21 de outubro: Oficina às 9
Escola 11: CEF 09 (Planaltina/DF)
·
22 de outubro: Oficina às 9h
·
26 de outubro: Oficina às 14h
Escola 12: CEF Carlos Mota
(Planaltina/DF)
·
28 de outubro: Oficina às 14h
·
4 de novembro: Oficina às 9h
Escola 13: CEF 08 (Sobradinho)
·
5 de novembro: Oficina às 9h
·
9 de novembro: Oficina às 9h
Escola 14: EC Engenho Velho
(Sobradinho)
·
8 de novembro: Oficina às 19h30
Escola 15: CEDDAG (Sobradinho)
·
11 de novembro: Oficina às 9h
Escola 16: CEF 05 (Sobradinho)
·
12 de novembro: Oficina às 14h
·
16 de novembro: Oficina às 14h
Escola 17: CED Pompilio (Sobradinho)
·
28 de outubro: Oficina às 9h
·
4 de novembro: Oficina às 9h
Os demais endereços e horários serão
divulgados posteriormente, nas redes da associação.
Por Carolina Cruz, G1 DF
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