Segurança Alimentar
79% dos domicílios do DF estão em situação de segurança alimentar
Segundo estudo do
IPEDF realizado a partir dos dados coletados pela Pdad de 2021, há uma maior
prevalência de insegurança alimentar em domicílios com arranjo familiar
monoparental feminino
O Instituto de
Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) apresenta, nesta sexta-feira
(21), às 10h, no auditório do instituto, o estudo Segurança Alimentar no Distrito Federal: um panorama
sociodemográfico. A partir dos dados coletados pela Pesquisa
Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), realizada em 2021, em meio à
pandemia de covid-19, a publicação apresenta um panorama da segurança alimentar
no DF segundo características da população e dos domicílios, utilizando-se a
Escala Brasileira de Segurança Alimentar (Ebia).
No DF, 79% dos domicílios estavam em segurança alimentar e 21% em algum grau de insegurança (196.362), sendo 12,9% leve (120.563); 4,2% moderada (39.046); e 3,9% grave (36.753). Considerando os moradores, 76% se encontravam em segurança alimentar e 24% em algum grau de insegurança, sendo 15,42% leve (451.965); 4,56% moderada (133.599); e 4,59% grave (134.459).
Domicílios
com arranjo familiar monoparental feminino têm maior prevalência de insegurança
alimentar, segundo estudo do IPEDF com base em dados da Pdad de 2021
Observou-se uma maior
prevalência de insegurança alimentar em domicílios com arranjo familiar
monoparental feminino, com 17,8% deles em grau leve e 7,1% em graus moderado e
grave. Entre os domicílios chefiados por homens não negros, 88,6% estão em
segurança alimentar, ante a 68,2% dos chefiados por mulheres negras. O cenário
se repete na análise da população: 82% dos homens não negros estavam em
segurança alimentar, enquanto 30,4% das mulheres negras residiam em domicílios
com algum grau de insegurança.
Em 30,7% dos
domicílios em que residiam crianças de até 6 anos foi observado algum grau de
insegurança alimentar. A primeira infância apresentou a maior prevalência de
insegurança por faixa etária (32,4%). Em 47,2% dos domicílios que tinham três
ou mais moradores com menos de 18 anos constatou-se algum grau de insegurança.
A população com 60 anos ou mais tinha a menor prevalência de insegurança
alimentar no DF (17,3%).
Nas regiões
administrativas de alta renda (Águas Claras, Jardim Botânico, Lago Norte, Lago
Sul, Park Way, Plano Piloto e Sudoeste/Octogonal), cuja renda domiciliar média
era de R$ 15 mil, cerca de 96% dos domicílios e moradores estavam em segurança
alimentar. Já nas RAs de baixa renda (Brazlândia, Fercal,
Itapoã, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Sol
Nascente/Pôr do Sol, São Sebastião, SCIA/Estrutural e Varjão), cuja renda era
de R$ 2.800, esse percentual era em torno de 64% dos domicílios e 62% dos
moradores.
Segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda domiciliar per capita
inferior a meio salário mínimo está abaixo da linha de pobreza: no DF, 58,5%
das pessoas em situação de pobreza se encontravam em insegurança alimentar,
sendo 28,2% em grau leve, 13,1% moderado e 17,2% grave. Pelo Decreto n°
10.852/2021, que regulamenta o Auxílio Brasil, o critério de renda é igual ou
inferior a R$ 210: 57,2% das pessoas em situação de pobreza no DF estão em
insegurança, sendo 22,2% leve, 14,1% moderada e 21% grave.
Categoria de classificação da Ebia
→ Segurança alimentar:
acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente,
sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.
→ Insegurança alimentar leve: preocupação ou incerteza quanto ao acesso a
alimentos no futuro; qualidade inadequada dos alimentos resultante de
estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentos.
→ Insegurança alimentar moderada: redução quantitativa de alimentos entre os
adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de
alimentos entre os adultos.
→ Insegurança alimentar grave: redução quantitativa de alimentos também entre
as crianças, ou seja, ruptura nos padrões de alimentos resultantes da falta de
alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores.
*Fonte: Agência Brasília, Edição: Débora Cronemberger, com informações do IPEDF, Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
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