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CEF 07 de Sobradinho realiza júri simulado para debater abuso e exploração sexual

 CEF 07 de Sobradinho realiza júri simulado para debater abuso e exploração sexual 

Aproveitando o tema Maio Laranja, em referência do dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o CEF 07 de Sobradinho realizou um júri simulado com a participação dos (as) alunos (as), baseado na obra “Dúvida” (Doubt) de John Patrick Shanley. 

A ideia partiu do professor de Língua Portuguesa Rafael Galvão de Oliveira e consistia em “discutir e debater o assunto principal, além de temas secundários (preconceito social, racismo, bullying, homofobia, agressão doméstica e familiar) de forma minuciosa; analisar profundamente as personagens, fazer um júri simulado (gamificação) entre as turmas.

 

Nesse jogo, uma turma ficaria responsável por acusar uma das personagens (Padre Miguel) e a outra de defendê-la). Para criarem suas teses de acusação e defesa, poderiam usar o texto adaptado e as legislações disponíveis (Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código Penal, por exemplo)”, diz o professor.

 

Participaram diretamente 180 alunos dos 9° anos e indiretamente, 90 alunos dos 8° anos, (convidados), durante cerca de 5 semanas.

 

O júri simulado consistiu em um jogo de simulação de um tribunal judiciário, no qual os alunos de duas turmas distintas, debatem sobre um tema proposto até chegar a um veredicto. De acordo com Rafael, “no nosso caso, uma turma ficou encarregada de realizar a acusação do réu (Padre Miguel) por meio das denúncias da irmã Augusta e a outra responsável por defendê-lo de tais acusações. Houve um júri, conselho de sentença, o qual teve o encargo de escolher a turma vencedora do debate e afirmar ou negar a existência

 

do fato criminoso atribuído ao réu. Esse papel ficou sob a responsabilidade de três professores da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal convidados da escola”. Já o próprio professor Rafael foi o juiz, ou seja, o mediador dos debates e condutor do roteiro da sessão do tribunal.

 

O educador ressaltou que “os confrontos e os papéis das turmas (Promotoria x Defensoria) foram definidos por meio de sorteio na presença dos representantes de cada turma. Cada classe teve que eleger cinco alunos para atuarem como promotores ou advogados de defesa, mais três discentes para exercerem a função de testemunha de acusação ou de defesa e, assim, representá-los durante a disputa do júri simulado. O restante da turma ficou responsável por ajudar na elaboração da tese de acusação ou defesa, criação de argumentos e contra-argumentos, pesquisa de legislações e elaboração de cartazes para pressionar o júri no dia do julgamento”.

 

Para o professor, a percepção, ao longo da execução do projeto foi a melhor possível. “Percebemos o empenho e a dedicação dos alunos em se prepararem da melhor forma para realização do trabalho. Vimos eles aplicarem os conteúdos aprendidos em sala de aula na prática, tais como: identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-argumentos em textos, posicionando-se frente à questão controversa de forma sustentada; planejar coletivamente a realização de um debate sobre tema previamente definido, de interesse coletivo, com regras acordadas e planejar, em grupo, participação em debate a partir do levantamento de informações e argumentos que possam sustentar o posicionamento a ser defendido, tendo em vista as condições de produção do debate – perfil dos ouvintes e demais participantes, objetivos do debate, motivações para sua realização, argumentos e estratégias de convencimento mais eficazes etc; participar de debates regrados, na condição de membro de uma equipe de debatedor, apresentador/mediador, espectador (com ou sem direito a perguntas), e/ou de juiz/avaliador, como forma de compreender o funcionamento do debate, e poder participar de forma convincente, ética, respeitosa e crítica e desenvolver uma atitude de respeito e diálogo para com as ideias divergentes”.

 

O professor também observou que na realização do projeto, os estudantes foram capazes de “utilizar, nos debates, operadores argumentativos que marcam a defesa de ideia e de diálogo com a tese do outro: concordo, discordo, concordo parcialmente, do meu ponto de vista, na perspectiva aqui assumida etc; relacionar textos e documentos legais e normativos de importância universal, nacional ou local que envolvam direitos, em especial, de crianças, adolescentes e jovens – tais como a Declaração dos Direitos Humanos, a Constituição Brasileira, o ECA -, e a regulamentação da organização escolar – por exemplo, regimento escolar -, a seus contextos de produção, reconhecendo e analisando possíveis motivações, finalidades e sua vinculação com experiências humanas e fatos históricos e sociais, como forma de ampliar a compreensão dos direitos e deveres, de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho)”.

 

Após o término do projeto e autoavaliação, os (as) alunos (as) externaram o contentamento de terem participado de algo tão interessante e esclarecedor sobre temas dos quais desconheciam sobre os seus direitos, por exemplo. “Sentiram-se motivados para, no futuro próximo, pleitearem uma vaga em Universidades que ofereçam o curso de Direito”, afirma Rafael.

 

Fonte: Tomaz Campos/Sinpro-DF

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