Substituição de gotinha da poliomielite por vacina injetável começa em 4 de novembro
Substituição de gotinha da poliomielite por vacina injetável começa em 4 de novembro
Mudança é baseada em critérios epidemiológicos, evidências científicas e recomendações internacionais
No DF, a
Secretaria de Saúde já iniciou o recolhimento das gotinhas. Desde 28 de outubro
a pasta não disponibiliza mais a dose oral. | Foto: Breno Esaki/Agência
Saúde-DF
Hoje, 24 de
outubro, é o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. E para 2024 há uma
novidade: a partir de 4 de novembro, as populares gotinhas deixarão de existir
e a vacinação será exclusivamente injetável. A mudança realizada pelo
Ministério da Saúde é baseada em critérios epidemiológicos, evidências científicas
sobre a vacina e recomendações internacionais.
As duas
doses em gotas da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) serão substituídas
pela injeção, chamada de vacina inativada poliomielite (VIP). O novo esquema
terá a seguinte ordem: crianças de 2 meses: 1ª dose; 4 meses: 2ª dose; 6 meses:
3ª dose; 15 meses – dose de reforço.
No DF, desde
28 de setembro, a Secretaria de Saúde (SES-DF) não aplica mais as doses de
reforço VOPb. “A gotinha teve um papel fundamental no controle da pólio. Sua
suspensão, contudo, não significa a aposentadoria do Zé Gotinha, que continua
como o principal símbolo da saúde no País”, ressalta a secretária de Saúde,
Lucilene Florêncio.
Vacina é
o melhor caminho
Após a
aplicação das três primeiras doses, o imunizante injetável confere quase 100%
de proteção, com altos títulos de anticorpos. Já para as doses de reforço em
crianças de 15 meses e menores de 5 anos, a orientação é comparecer às Unidades
Básicas de Saúde (UBSs) a partir de 4 de novembro para definir as datas de
vacinação.
O imunizante
injetável carrega um conjunto de vírus inativados, facilitando a produção de
anticorpos apenas com partículas do vírus, sem que ele esteja vivo. A nova
proposta sugere menos doses e é indicada também a crianças imunocomprometidas.
De acordo
com a gerente da Rede de Frio Central da SES-DF, Tereza Luiza Pereira, a
imunização é o meio mais eficaz contra a poliomielite. “A vacina protege. É uma
doença que está eliminada no nosso território, nas Américas, mas não no mundo.
Por isso, precisamos que as crianças estejam protegidas para que a pólio não
retorne. É extremamente importante que os pais mantenham o cartão vacinal
infantil atualizado”, destaca.
Zé Gotinha continua
como o principal símbolo da saúde no País. | Foto: Sandro Araújo/Agência
Saúde-DF
Consenso
No Brasil, a
substituição pela vacina injetável contra a poliomielite foi amplamente
discutida em reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI) e
recebeu aval do colegiado. A decisão contou com participação de representantes
de sociedades científicas, dos Conselhos Nacional de Secretários de Saúde
(Conass) e Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), e também
teve acompanhamento das Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
A mudança do
Ministério da Saúde é baseada em critérios epidemiológicos, evidências
científicas sobre a vacina e recomendações internacionais. | Foto: Breno
Esaki/Agência Saúde-DF
Pólio
A
poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que pode
infectar crianças e adultos, por meio do contato direto com fezes ou secreções
eliminadas pela boca das pessoas doentes (tosse, espirro, fala). Em casos
mais graves, pode ocasionar paralisia dos membros inferiores.
O Brasil não
detecta casos de poliomielite pelo vírus selvagem desde 1989. No DF, a doença
não é registrada desde 1987. Ainda assim, o desafio é impedir a reintrodução da
enfermidade no País.
Fonte: Secretaria
de Saúde do Distrito Federal / Assessoria de Comunicação
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