Preço máximo de medicamentos sobe nesta segunda; veja o que muda
Preço máximo de medicamentos sobe nesta segunda; veja o que muda
Agora, as empresas devem apresentar o
Relatório de Comercialização para Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos (CMED).
Reajuste máximo no preço dos
remédios em 2025 fica em 5% - Foto:Agência Brasil
Os preços dos medicamentos terão reajuste a partir desta segunda-feira
(31). A mudança foi oficializada após publicação no Diário
Oficial da União (DOU).
O valor, estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos (CMED), funcionará como um teto de aumento para todo o
setor farmacêutico. O impacto, no entanto, não é imediato e pode demorar
até ser sentido pelo consumidor.
O ajuste médio permitido pela CMED, neste ano, é de 3,83%. No entanto,
os medicamentos são separados em diferentes grupos e cada um deles tem sua
própria taxa máxima para reajuestes.
As faixas são as seguintes:
Agora, os fornecedores de medicamentos (fabricantes, distribuidores,
lojistas) podem ajustar os preços de seus medicamentos da seguinte
forma:
- Nível 1: alta máxima de 5,06% para medicamentos com alta concorrência no mercado;
- Nível 2: alta máxima de 3,83% para medicamentos com média concorrência no mercado;
- Nível 3: alta máxima
de 2,60% para medicamentos com baixa ou nenhuma concorrência no mercado.
Para o aumento ter validade, as empresas farmacêuticas devem apresentar
o Relatório de Comercialização para CMED.
Por lei, a apresentação do Relatório de Comercialização é obrigatória para todas as empresas que possuem
registro de medicamentos.
O documento precisa conter os dados de faturamento e a quantidade
vendida. Caso o relatório não seja enviado, esteja incompleto, inconsistente ou
fora do prazo, as empresas podem ter punições.
Além disso, as empresas que possuem registro de medicamentos devem divulgar amplamente os preços de seus produtos em
mídias especializadas de grande circulação.
Vale lembrar que o setor de comércio varejista deverá manter listas
atualizadas dos preços dos medicamentos à disposição dos consumidores e dos
órgãos de proteção e defesa do consumidor.
Pelas
regras, esses preços não podem ser superiores aos valores publicados
pela CMED no Portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A divulgação do Preço Máximo ao Consumidor deve incluir os diferentes
preços, que são resultados da incidência das cargas tributárias do ICMS, que
variam conforme os estados de destino.
Anualmente, com base em uma série de critérios como a inflação, a CMED
define níveis máximos de reajuste no valor dos remédios. Porém, o aumento não é automático e leva em conta uma série de fatores.
O fornecedor é responsável por fixar os valores de cada medicamento
colocado à venda, respeitados os limites legais e as estratégias diante da
concorrência.
A Anvisa afirma que o reajuste anual dos medicamentos funciona como um
mecanismo de proteção aos consumidores de "aumentos abusivos".
"Ao mesmo tempo, o cálculo estabelecido na lei, busca compensar
eventuais perdas do setor farmacêutico devido à inflação e aos impactos nos
custos de produção, possibilitando a continuidade no fornecimento de
medicamentos", diz a agência.
Impacto pode demorar para chegar ao consumidor
Imagem de medicamentos em exposição em uma
farmácia — Foto: Reprodução/ RBS TV
O presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, avalia que o
impacto do reajuste pode demorar a chegar ao consumidor.
Segundo ele, a competição entre farmácias e os estoques dos produtos são
fatores que contribuem para que o reajuste médio esteja projetado para um
patamar abaixo do teto a ser oficializado pela CMED.
"Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais
dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem
acontecer", diz Mussolini.
"É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as
melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de
saúde", acrescenta.
A Anvisa alerta que o descumprimento do teto de preços pode levar a
punições. A agência recebe denúncias por meio de um formulário digital.
Indústria em alerta
Linha de produção da farmacêutica União
Química — Foto: União Química / Divulgação
O Sindusfarma, responsável por calcular a projeção do índice de reajuste
da CMED, avalia que o índice poderá impactar negativamente o setor.
O presidente executivo da entidade afirma que o cenário — com previsão
do menor aumento médio desde 2018 — pode levar a redução de investimentos na
indústria.
"Será o menor reajuste médio dos últimos sete anos, o que pode
impactar negativamente os contínuos e fundamentais investimentos da indústria
farmacêutica instalada no país em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos
produtos e na modernização e construção de novas fábricas", diz o
dirigente.
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