Com Mundial de 2026 no Brasil, marcha atlética espera reconhecimento e evolução
Com Mundial de 2026 no Brasil, marcha atlética espera reconhecimento e evolução
Modalidade está em ascensão no País e evento
internacional, daqui a um ano, despertará maior interesse; legado também
atingirá a parte técnica e a arbitragem; este artigo fecha a série de
reportagens publicadas a partir de 12/4/2025, há um ano do Mundial.
Marcado para 12 de abril de 2026, o Mundial de Marcha Atlética por
Equipes que será realizado em Brasília é visto até como uma homenagem à família
Bonfim, que administra o Centro de Atletismo de Sobradinho, região
administrativa do Distrito Federal hoje reconhecida como um marco na história
da modalidade no Brasil.
O CASO teve seu início como projeto social em 1990, idealizado por João
Evangelista de Sena Bonfim, que vinha do grupo de atletas que competiam pelo
Sobradinho Esporte Clube. A prata olímpica de Caio Bonfim, filho de João e da
ex-atleta e treinadora Gianetti, é resultado desses mais de 30 anos de trabalho
de formação de atletas, que agora terão a principal competição internacional da
marcha atlética "em casa".
Para João Sena, gestor e treinador do CASO assim como Gianetti, é
importante agradecer o empenho dos dirigentes da Federação de Atletismo do
Distrito Federal, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e da Federação
Sul-Americana de Atletismo em trazer a sede do Mundial para o Brasil – e do
próprio Caio, medalha de prata na Olimpíada de Paris-2024 – com o tempo de
1:19.09, ficou a menos de 15 segundos do equatoriano Daniel Pintado, ouro com
1:18.55.
Sena lembra que "ninguém faz legado sozinho" e destaca que na
região de Brasília há ao menos uma década de marchadores antes do CASO.
"Com o Mundial, nós vamos evoluir na parte técnica, na arbitragem.
Mas ainda vamos adquirir uma coisa incrível – e não somente para Brasília, para
o Brasil todo, para todo o continente americano: respeito. A marcha atlética
pode chegar em um meeting europeu, nos grandes challengers, e dizerem: 'Ali tem
um brasileiro'. Respeito que vai além do que a medalha olímpica
representa", afirma. Sena lembra que São Paulo, Blumenau ou Recife
poderiam sediar a competição, mas Brasília foi a escolhida "como
consolidação de um trabalho sério".
Max Batista dos Santos, 30 anos e segundo colocado no ranking brasileiro
dos 20 km, diz que ficou muito animado com a notícia de Brasília ter sido
escolhida como sede, não apenas por ser uma competição desse nível no País, mas
ainda melhor por ser "em casa". Também brasiliense e atleta do CASO
treinado por Gianetti, Max disputou Paris-2024 e terminou a competição em
28º, com 1:22.16. O marchador afirma que "é gratificante ver o
reconhecimento da marcha atlética brasileira no cenário mundial".
Matheus Gabriel de Liz Correa, 25 anos e primeiro do ranking brasileiro
dos 35 km, destaca a importância de um evento com provas "muitas vezes
mais fortes do que em Mundial e Jogos Olímpicos, com quatro ou cinco atletas de
cada país entre os melhores do mundo", e mais ainda por ter a chance de
ter a família toda na torcida. Paris-2024 foi a segunda Olimpíada de Matheus,
39º colocado nos 20 km com 1:24.25, baixando o tempo de 1:31.47 da
46ª colocação de Tóquio-2020. Matheus é atleta da AABLU e treina com Ivo
da Silva, um dos mais longevos treinadores da marcha atlética no País.
Sobre o Mundial de Brasília, Matheus diz: "É a terra do Caio, da
galera do CASO, todos agora em uma fase legal, de ascensão. De certa forma é
uma homenagem para a equipe, estão todos crescendo tanto na marcha... Se já é
uma alegria imensa para mim, que nem sou da região (é de Blumenau, Santa
Catarina), imagina para o Caio, para eles." Matheus ainda observa que
marcha atlética tem as melhores marcas de todos os tempos no Troféu Brasil
e na Copa Brasil de 2024, e por isso espera resultados excelentes dos brasileiros
no Mundial de 2026, individualmente e por equipes. “É uma oportunidade
muito boa para deixar legado e não apenas para a marcha masculina como para a
feminina, que também já está muito forte.”
A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) conduziu o projeto da
candidatura, juntamente com o Governo do Distrito Federal, a Federação de
Atletismo do Distrito Federal e a Caixa. A candidatura teve apoio do Governo
Federal e do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.
Fonte: Assessoria de Comunicação: Heleni Felippe (helenifelippe@cbat.org.br) e Maiara Dias Batista (maiara@cbat.org.br). Texto: Denise Mirás/cbat.pressroom.com.br
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