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Um ano depois de medalha olímpica, pista onde treina Caio Bonfim ainda aguarda reforma

 Um ano depois de medalha olímpica, pista onde treina Caio Bonfim ainda aguarda reforma 

Estádio Augustinho Lima, em Sobradinho (DF), recebeu melhorias na infraestrutura, mas espaço específico para atletismo ainda não foi contemplado 

Há exatamente um ano, no dia 1º de agosto de 2024, o marchador brasiliense Caio Bonfim entrava de vez para o panteão dos grandes atletas olímpicos brasileiros. Com o tempo de 1h19m09s, Caio, então com 33 anos, conquistou a medalha de prata na marcha atlética de 20km, inédita para o Brasil na modalidade.

O feito jogou luz para o local onde o brasiliense realiza parte dos treinamentos, a pista de atletismo do Estádio Augustinho Lima, localizado em Sobradinho (DF), a cerca de 30km do centro de Brasília. O piso emborrachado, usado há mais de 20 anos, está deteriorado e vários pontos da pista sequer contam com o revestimento.

 

Pista de atletismo do Estádio Augustinho Lima precisa de reformas — Foto: Lucas Magalhães/ge

Depois do pódio olímpico, o Governo do Distrito Federal (GDF), responsável pelo estádio, anunciou um pacote de reformas para o espaço que, além dos treinos de atletismo, também servia como local de partidas de futebol não só do Sobradinho, mas também de outras equipes do DF. O mau estado de conservação do gramado, entretanto, se tornou um empecilho para que a casa do Leão da Serra, apelido dado pelos torcedores ao Sobradinho, pudesse sediar jogos.

Um ano depois, o GDF cumpriu parcialmente as promessas de melhorias no Augustinho Lima. Houve melhoras nas partes hidráulica e elétrica do estádio, assim como pintura interna e externa, além do corte do mato que tomou conta do gramado. A pista de atletismo, que ainda recebe treinamentos mesmo com o estado de conservação abaixo do esperado, não teve qualquer modificação.

O edital de licitação para a contratação da empresa que ficará responsável pela reforma da pista até chegou a ser lançado, mas um erro apontado por uma das companhias concorrentes fez com que o edital precisasse ser suspenso: o texto trazia que a pista seria homologada pela Federação Internacional de Atletismo, com 10mm de espessura. Ocorre que, para que a pista receba a homologação, ela precisa ter espessura mínima de 13mm.

Agora, um novo edital será lançado contemplando essa e outras sugestões trazidas por empresas interessadas em realizar o serviço. O GDF ainda não estipula prazos para que os serviços ocorram, mas garante que os trabalhos devem começar em breve.

— Identificamos que deveria ser feito um novo projeto de reforma, não apenas uma manutenção. Só da pista, o valor é superior a R$ 7 milhões. Conseguimos viabilizar esse recurso através do Fundo de Apoio ao Esporte. Queremos uma pista que tenha garantia de mais de dez anos. Nosso desejo é que no mais tardar no final do ano, início do próximo ano, a gente já possa entregar (o estádio) para a população — afirma o secretário de Esporte e Lazer do DF, Renato Junqueira.

Impactos também para o futebol

A interdição do Augustinho Lima, que não recebe partidas oficiais desde o Candangão de 2020, fez com que equipes que usam o estádio tivessem que procurar outros locais da cidade para mandar seus jogos. O caso mais recente envolve o time sub-20 do Sobradinho, que recorreu ao Defelê, na Vila Planalto (DF), e ao Abadião, em Ceilândia (DF), como casa para seus jogos no Candangão sub-20.

A equipe alcançou as semifinais da competição e, caso empate neste sábado, contra o Santa Maria, garantirá vaga na decisão do torneio e, consequentemente, um lugar na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Desta vez, o Sobradinho, mandante do jogo, terá o Estádio JK, no Paranoá (DF), como casa.

 

Mato alto do Estádio Augustinho Lima foi cortado, mas gramado precisa ser completamente trocado — Foto: Lucas Magalhães/ge

Renato Junqueira estima que os custos para que o gramado do estádio possa voltar a ter condições de receber um jogo ficarão na ordem de R$ 3 milhões.

— Já fizemos reformas em outros estádios, como o Rorizão (em Samambaia) e no Bezerrão (no Gama). O gramado lá (no Augustinho Lima) é um gramado totalmente condenado e a parte de irrigação e drenagem também precisam ser trocados. E ainda tem esse elemento a mais, que é a pista de atletismo — explica o secretário.

Uma publicação no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de setembro do ano passado, indicou que foram destinados R$ 750 mil para as primeiras reformas realizadas no Augustinho Lima. O restante dos recursos, segundo o GDF, já está garantido, restando ainda a realização das licitações para que a empresa contratada possa iniciar os serviços. Serão duas licitações, uma para a reforma da pista de atletismo e outra para a troca do gramado.

 

Fonte:  Lucas Magalhães — Brasília/ ge.globo.com/df

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