Com modelo aprovado por pais, alunos e professores, DF terá mais 25 escolas cívico-militares
Com modelo aprovado por pais, alunos e professores, DF terá mais 25 escolas cívico-militares
Governador Ibaneis Rocha anunciou que será dobrado o número de unidades
com a modalidade compartilhada, que apresenta resultados positivos no
desempenho educacional e na melhora dos índices de segurança
O
governador Ibaneis Rocha anunciou que a rede pública de ensino contará com mais
25 escolas cívico-militares no Distrito Federal. Atualmente, há 25 em pleno
funcionamento, e a previsão de dobrar essa modalidade de ensino veio após os
altos índices de aprovação entre pais, alunos, professores e servidores.
“É um
orgulho muito grande ver essa parceria entre Educação e Segurança dando certo.
Alunos que viviam em regiões de vulnerabilidade hoje estão passando em
universidades federais e se destacando. É uma prova de que esse modelo, que
muitos criticaram, é exitoso e serve de exemplo para todo o país”, afirmou
Ibaneis Rocha.
O
governador Ibaneis Rocha elogiou a gestão compartilhada em visita ao Centro
Educacional 1 da Estrutural: "Alunos que viviam em regiões de
vulnerabilidade hoje estão passando em universidades federais e se
destacando" | Foto: Renato Alves/Agência Brasília
As escolas
de gestão compartilhada registraram avaliação positiva superior a 80% entre a
comunidade escolar. Nas 11 unidades analisadas, o índice variou de 81,38% a
98,3% — o índice mais alto foi obtido pelo Centro de Ensino Fundamental (CEF)
17 de Taguatinga.
As
avaliações provêm das consultas públicas previstas na Lei de Gestão Democrática
da Educação do DF, das quais debatem e votam uma média de 300 pessoas, entre
professores, pais de alunos, servidores da escola e alunos com mais de 13 anos.
Cada audiência é registrada em uma ata, que pode ser acessada em cartório, pelo
Sistema Eletrônico de Informações (SEI) da escola ou, ainda, por meio das
ouvidorias das secretarias de Educação ou Segurança.
Na
Estrutural, onde os índices de criminalidade eram historicamente altos, a
implementação da gestão compartilhada no Centro Educacional 1 (CED 1) mudou a
realidade do ambiente escolar. “Nossa escola está em uma área de alta
vulnerabilidade social, e esse modelo de gestão compartilhada com a Polícia
Militar fez toda a diferença. A unidade está 100% pacificada, e os estudantes
agora têm acesso a oportunidades que antes eram impossíveis, como a entrada na
universidade”, destacou a diretora, Vanessa Nogueira.
Instituída
em 2019 com quatro escolas-piloto, a gestão compartilhada é oferecida em áreas
de vulnerabilidade mapeadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF).
Antes da implantação, o projeto é apresentado à comunidade em consulta pública.
“Aqui na
Estrutural havia um histórico de evasão e baixos índices de aprendizagem. A
escola foi escolhida para o projeto justamente por causa disso e, desde então,
se transformou. A comunidade abraçou a gestão compartilhada e, hoje, há fila de
pais querendo matricular os filhos”, defendeu a secretária de Educação, Hélvia
Paranaguá.
Mais de 80%
da comunidade escolar aprova as escolas cívico-militares; nas 11 unidades
analisadas, o índice variou de 81,38% a 98,3% | Foto: Renato Alves/Agência
Brasília
Disciplina
e organização
A estudante
Maria Eduarda Dias, 13 anos, mora na Estrutural e cursa o oitavo ano no CED 1.
Para ela, a chegada do modelo cívico-militar representou uma virada na rotina
escolar: “Estudo aqui há três anos e aprendi muitas coisas, principalmente a
ter responsabilidade e respeito pelos policiais, professores e colegas. A
escola ficou mais segura, os policiais são maravilhosos e sempre conversam com
a gente sobre bullying e convivência. Todo mundo aqui é muito dedicado”.
Já a colega
Byanca Barros, 17 anos, que está no terceiro ano do ensino médio, contou que a
principal mudança foi na organização da instituição de ensino: “Quando eu
entrei, a escola era muito bagunçada. Hoje é tudo diferente. Os policiais
ajudam muito na disciplina e organização, e a gente aprende sobre
responsabilidade, postura e respeito. Melhorou muito a convivência entre alunos
e professores”.
Maria
Eduarda Dias, estudante: "Aprendi muitas coisas, principalmente a ter
responsabilidade e respeito pelos policiais, professores e colegas"
| Foto: Thaís Miranda/Agência Brasília
Educação de
qualidade, segurança reforçada
De acordo
com dados da SSP-DF, a Estrutural teve queda significativa nos índices de
criminalidade desde 2018 — foi a partir de 2019 que as escolas cívico-militares
foram implementadas. O número de homicídios caiu de 20, em 2018, para 11, em
2024; os roubos a transeunte passaram de 554 para 195; os roubos em residência
de 14 para 3; e os roubos em coletivo de 178 para 23.
Para o
secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, o modelo tem impacto direto na
redução da violência e na formação dos estudantes. “A escola da Estrutural foi
a primeira de gestão compartilhada e se tornou exemplo de sucesso. A gente vê
resultados não só na segurança, mas também na área pedagógica. Há alunos
aprovados em universidades federais, inclusive em cursos de Medicina, e isso
mostra que o projeto une disciplina, cultura e aprendizado de qualidade”,
ressaltou.
O modelo é
administrado de forma conjunta pelas secretarias de Educação e de Segurança
Pública, sem custos adicionais de investimento. Os militares que atuam nas
escolas são da reserva remunerada, o que permite aproveitar a experiência
desses profissionais sem impactar o efetivo ativo.
Atualmente,
o DF conta com 25 escolas cívico-militares em funcionamento — 17 administradas
em parceria com o Corpo de Bombeiros e oito com a Polícia Militar. Com a
ampliação anunciada, o número passará para 50 unidades em toda a capital
federal.
Byanca
Barros, aluna do CED 1 da Estrutural: "Quando eu entrei, a escola era
muito bagunçada. Hoje é tudo diferente. Melhorou muito a convivência entre
alunos e professores" | Foto: Thaís Miranda/Agência Brasília
Da escola
para a universidade
O resultado
do modelo de educação cívico-militar está presente na vida de diversos jovens,
que destacam a passagem nas instituições de ensino como um divisor de águas. É
como descreve o universitário Abraão Ludson, que fez o ensino médio até o ano
passado no Centro Educacional 07 de Ceilândia, unidade que adota o modelo
cívico-militar. Atualmente, o jovem cursa o 1º semestre do curso de Engenharia
Mecânica, na Universidade de Brasília (UnB).
Abraão
afirmou que o foco adquirido no colégio auxilia nas aulas densas da
universidade. Até os projetos dos quais participou na escola, como judô e
reforço de matemática, influenciam no desempenho acadêmico. “Levo para a vida
os exercícios que fazíamos de liderança, confiança, voz ativa e trabalho em
equipe, que me ajudaram a ter uma comunicação mais aberta. Antes de estudar no
Centro Educacional 07, eu era uma pessoa muito tímida e nem imaginava estar na
universidade. De certa forma, mudou meu destino para melhor”, avaliou.
Outra aluna
impactada pela antiga escola é a universitária Anna Clara Martins, que
atualmente cursa o primeiro semestre de Medicina Veterinária na UnB. Ela fez o
ensino médio no Centro Educacional 07 de Ceilândia e compartilhou como a
disciplina ensinada na escola gerou frutos que a impulsionaram para entrar no
curso dos sonhos.
“Me ajudou
a ter uma rotina, chegar no horário e assumir responsabilidades. Eu me sinto
realizada, aprendi a ir atrás do que quero e os professores ajudaram bastante
na busca por materiais, nos incentivos e até nas inscrições do Enem. A presença
dos policiais também é importante, porque se você vai para uma escola que se
sente seguro, consegue render melhor nos estudos. Vale muito a pena todo o
esforço e acredito que a UnB é uma grande porta cheia de oportunidades”,
observou.
Fonte: ThaísMiranda e Jak Spies, da Agência Brasília , Edição: Carolina Caraballo











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