COLUNA TEXTOS & TEXTOS por GERALDO LIMA
POÉTICA I
(*) Geraldo Lima
O que estou fazendo agora é o que
chamam de escrever, alinhavar uma palavra após a outra, cingir a folha branca
com frases longas ou curtas, grávidas ou não de sentido. Escrevo. Mas, mais do
que escrever, quero é que a vida esteja toda aqui, engajada nesse ato extremo
de romper barreiras e adentrar territórios desconhecidos. O que quero, em suma,
é que o texto que resulte dessa tarefa árdua e envolvente esteja repleto de uma
força vibrante e indomável. Que o texto grite. Que o texto urre. Que o texto
cave fundo a alma humana. Que o texto seduza, lânguido e provocativo. Que o
texto arraste [redemoinho que é] o leitor para dentro do seu útero de
centrífuga. Que o texto seja uma fonte de revelação da qual a pessoa (dessas
sempre à espera do divino) jamais se canse de buscar para saciar sua sede do
insondável.
(*) Geraldo
Lima (foto) é escritor, dramaturgo,
roteirista e colabora com o Jornal de Sobradinho.
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