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CLDF: Garçons cobram os 10% e regulamentação da profissão


Tampinha: "relação de carinho"

Além do direito a receber os 10% cobrados nas contas dos clientes de bares e restaurantes, os garçons e garçonetes lutam para que a profissão seja regulamentada pelo Congresso Nacional. Essas foram duas reivindicações da categoria que marcaram a sessão solene, realizada pela a Câmara Legislativa na tarde desta segunda-feira (8), em homenagem ao Dia do Garçom, cuja data oficial é 11 de agosto.

"Parabenizo todos vocês pela data e coloco o meu mandato a serviço da categoria para que possamos conquistar o atendimento das justas reivindicações", ressaltou o deputado Raad (DEM), autor da iniciativa, que defendeu também a necessidade de investimentos na qualificação daqueles profissionais.

"Esperamos que a regulamentação da categoria deixe de ser um sonho e se torne realidade", defendeu a presidente da Federação dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Fetratuh), Vera Leda Menezes. Ela afirmou que é preciso que o governo garanta condições para a geração de mais empregos no setor, defendendo mudanças no recolhimento da contribuição previdenciária.

Depois de agradecer a homenagem da Câmara Legislativa, o garçom Severino Caldas lamentou o fato de os estabelecimentos não repassarem para os garçons os 10% que são cobrados, a título de gorjeta. Além de reclamar dos salários em torno de R$ 583,00, Severino disse que eles chegam a trabalhar 17 horas por dia e só têm direito a descanso nas segundas-feiras, "quando até a Água Mineral está fechada".

Carinho - O garçom Jesus Braz Ferreira, do Armazém do Ferreira, conhecido como "Tampinha", também agradeceu a homenagem recebida e disse que, apesar das dificuldades, os garçons precisam ter "uma relação de carinho" com os clientes, como acontece com ele, onde trabalha.

O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, bares e similares de Brasília (Sindhobar), Clayton Machado, afirmou que os patrões aceitam negociar a reivindicação do repasse dos 10% para os garçons, mas ressalvou que a proposta precisa ser regulamentada no Congresso Nacional. Ele aproveitou para elogiar o crescimento do número de "garçonetes" no comércio local.

"Se os clientes pagam os 10%, os garçons têm que receber os 10%", pregou o deputado Olair Francisco (PTdoB), ao destacar em seu discurso que tem uma "ligação forte" com a categoria, em virtude de sua atuação no comércio varejista. O distrital defendeu ainda que o governo local crie a "Cidade do Garçom", uma reivindicação antiga da categoria.


Por Zildenor Ferreira Dourado - CCS/Foto: Carlos Gandra-CLDF

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