Morre o pai da arborização de Brasília
Morreu neste
domingo (8), aos 72 anos, Francisco Ozanan Correia Coelho de Alencar. Cearense
de Barbalha (CE), onde nasceu em 29 de setembro de 1943, ele dedicou quatro
décadas à arborização de Brasília, como funcionário da Companhia Urbanizadora
da Nova Capital do Brasil (Novacap).
Engenheiro
agrônomo formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Ozanan Coelho veio
para Brasília, em 1969, para trabalhar na Novacap. Na companhia, atuou por 40
anos, 30 deles como chefe do Departamento de Parques e Jardins (DPJ), até a sua
aposentadoria, em março de 2009.
“Foram
quatro décadas dedicadas à Novacap. Ozanan era uma apaixonado pela empresa e
frequentemente repetia que, nesse período, tirou pouquíssimas férias e emendava
explicando que era porque fazia o trabalho por paixão e que a Novacap era como
se fosse a casa dele”, comenta Júlio Menegotto, presidente da Companhia.
Em 21 de
março deste ano, Ozanan Coelho representou a Novacap em sua última palestra,
proferida no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHGDF). Na
ocasião, relembrou sua história, quase um caso de amor, com a capital federal.
As árvores que hoje embelezam Brasília são o testemunho vivo da presença dele.
A Novacap
teve a felicidade de sugerir o nome dele para falar da arborização de Brasília,
para que, mais uma vez, ele pudesse falar sobre o que ele fez com tanto amor e
dedicação”, relembrou Hermes de Paula, ex-presidente da Novacap e amigo de
Ozanan.
Durante a
palestra, Ozanan relembrou duas histórias marcantes na vida dele e da capital
do Brasil. Na primeira, quando enfrentou o desafio de reverter a grande
mortandade de árvores que ocorria em Brasília na década de 1970. Na época,
chefe do Departamento de Parques e Jardins (DPJ) da Novacap, Ozanan Coelho
decidiu iniciar a produção de mudas nativas do cerrado para recompor a paisagem
natural de Brasília.
A partir
daí, começou-se a plantar espécies, como os ipês (roxo, amarelo, branco e
rosa), as barrigudas (paineiras) – que no momento embelezam Brasília com sua
floração, entre outras. E tornam a
arborização de Brasília reconhecida mundialmente.
Ozanan
relembrou ainda o episódio com o Buriti da praça de mesmo nome, que foi salvo
por ele depois que sofreu ataques de machado. O buriti das poucas praças de
Lucio Costa está ali presente pela tenacidade, delicadeza, cuidado e dedicação
de Ozanan. O velório de Ozanan Coelho será nesta segunda feira (9), no Campo da
Esperança.
Fonte: Katia Maia / Bruno Cassiano - Foto Divulgação
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