ARTIGO por Olavo da Silva Aguiar

Manhãs de Primavera

Do sonho para o despertar da vida que restou apenas fragmentos. É primavera! Quando a natureza começa a vestir-se de verde simbolizando a liberdade, a paz, trazendo poesia à alma do poeta que ao mundo encantou a eterna primavera. Quando cai a chuva na terra ressequida, exala um cheiro de esperança e se confunde com o perfume das flores da estação. E com o coração aberto relembro o passado imaginando o futuro abraçar com a alma tudo quanto deslumbro no horizonte nesse exato momento. Se me desvio do caminho em busca de sonhos, posso não o encontrar de volta. Pois a vida é curta e o caminho é longo, ou seja, a estrada é infinita e o caminhar é eterno. Óh Senhor, abre-me as portas da estalagem da vida porque meus passos se perderam no tempo, pois a Ti assim importa que eu mesmo trate da minha ferida. Neste mundo, cada homem tem uma lei. Raros são os que buscam a grande lei. E muito mais raro ainda, os que conseguem servi-la. Os sábios quando orientam os homens deixam que eles aprendam por si mesmos. Abriram-se as portas da estalagem agora posso sentir a primavera, tratei da minha ferida agora estou são. Portanto, posso continuar a caminhada, porque os homens de Deus ainda guardam em si, um resquício de humanidade. Na vida, vez por outra encontramos pessoas que sabem fazer de pequenos instantes grandes momentos. Óh Senhor! Tira a venda dos meus olhos para que eu possa comtemplar as belezas deste mundo tão bonito que tu criastes. Senti a magia de cada manhã, e o recomeçar de cada dia. Ver brotar as lágrimas dos olhos daqueles que choram de felicidade. Pois lágrimas sem revolta são orvalho de esperança. Dai-me sabedoria para que eu possa ver no rosto daqueles que imploram por um pedaço de pão, ainda fragmentos de humanidade. Pois a aqueles que nada têm, um gesto vale muito. “O saber se aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e os humildes. ” (Cora Coralina).