ARTIGO / COLABORAÇÃO
A
DECADÊNCIA DA EXISTÊNCIA
Uma das verdades
absolutas e irrefragáveis da existência humana é o seu término; ou seja, o fim
do seu ciclo que é a morte, ato contínuo da vida.
Ocorre que muitos
morrem antes do derradeiro ato. Não vivem, se arrastam. Não por questões
patológicas ou por impedimento biológico, mas por um processo de decadência
existencial.
Dentre os significados,
a decadência compreende o ato de decair; o declínio, o retrocesso, o
anacronismo, a perda de qualidades, ou simplesmente de valores.
Simetricamente há
uma correlação entre a decadência e a mediocridade, onde a existência é fútil,
desprezível e ignóbil.
Imperativo
conjeturar que, do ponto de partida – o nascimento - ao ponto de chegada – a
morte - o essencial é a travessia, e é exatamente neste percurso que
identificamos se evoluímos ou se decaímos.
A renúncia de
valores, a perda de uma perspectiva dignificante, a banalização de princípios, e
a desumanização são sintomas inconfundíveis da decadência existencial.
Mortos vivos, a decadência
é uma opção intransferível do indivíduo; é um ato solitário, porém, reversível.
Todavia com incontáveis efeitos colaterais devido ao avançado grau de
decadência.
Ao seguirem à risca,
o ditado melódico da canção de Zeca Pagodinho “Deixa a vida me levar”, vemos um
ato confesso de resignação.
Entender o ciclo da
vida desde a infância, passando pela adolescência, chegando à fase adulta e aceitando
a velhice são fatores primordiais para termos uma existência decente, honrosa e
virtuosa.
Abdicar destes
ciclos, ou simplesmente não os aceitar, é uma açãoestúpida que nos leva à
existência decadente.
É preciso cumprir
rigorosamente estes ciclos. É fundamental saber envelhecer - sob pena de se
ridicularizar deprimentemente - visto que determinadas situações são próprias
de determinados ciclos. Não os respeitar é prática incompatível einapropriada.
Optar pela
existência desprezível também é uma forma nefária e perversa de decadência. O
culto irrefletido ao frívolo, ao vulgar, ao grotesco, à ignorância vilipendia a
evolução da espécie humana, e atenta contra a compostura social.
É muito triste
verificar a decadência existencial.
É deplorável a
ridicularizarão da existência.
É miserável a
existência infecunda.
É deprimente a
existência torpe, desprezível, adjeta.
Ensina-nos o grupo
Titãs que “É preciso saber viver”.
Sim! É preciso não
sermos decadentes.
Fonte: Henrique
Matthiesen (foto) É Bacharel em Direito, Jornalista e colabora com o Jornal de
Sobradinho
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