Produção de mel aumenta 146,9% em cinco anos
Produção de mel aumenta 146,9% em cinco anos
Apoio e fomento do GDF foram cruciais para que o DF batesse a marca de mais de 34 mil kg do alimento em 2023
Maiores
polinizadoras da natureza, as abelhas costumam aparecer mais na primavera,
quando há maior diversidade de flores e frutos. Mas para quem faz a criação
desses insetos, a boa produtividade é no ano inteiro. Aos que recebem apoio e
incentivo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito
Federal (Emater-DF), a criação correta das abelhas também pode ser uma boa
fonte de renda no comércio de mel e seus derivados.
O cenário propício para criar esses insetos tem feito com que produtores se interessassem cada vez mais na prática, seja para consumo próprio, seja para comercialização. Para estimular ainda mais a procura, o Governo do Distrito Federal (GDF) regulamentou o manejo sustentável de abelhas sem ferrão (meliponicultura) entre produtores locais, além do comércio, da captura e do transporte dessas espécies. A Lei nº 7.311 entrou em vigor no dia 28 de julho de 2023.
O GDF regulamentou a meliponicultura entre produtores locais, além do comércio, da captura e do transporte de abelhas sem ferrão
Os incentivos fornecidos pelo Executivo local refletiram em um aumento expressivo na produção de mel nos últimos cinco anos no DF. Em 2023, foram 34.189 kg produzidos, um número 146,9 % maior que os 13.826 kg registrados em 2019. Ao todo, são 290 produtores interessados no ramo, que somam 3.183 colmeias.
A produção se concentra em várias regiões administrativas do DF, sendo a maior parte das colmeias localizadas no Paranoá (1.023), em Ceilândia (492) e em Sobradinho (468). Apesar de contar com 222 colmeias, o Gama representa a maior produção de mel, com mais de 7,7 mil kg em 2023.
Para quem trabalha com abelhas sem ferrão há mais de 30 anos, o que antes era considerado um hobby no quintal de casa passou a ser um negócio, como é o caso de Diana Schappo, 50 anos. “No começo era só uma graça que fazíamos aqui para consumo próprio. O mel da abelha sem ferrão é diferenciado, ele tem mais propriedades, além de ser um produto medicinal”, explica Diana.
Diana
Schappo: “O mel da abelha sem ferrão é diferenciado, ele tem mais propriedades,
além de ser um produto medicinal”
Em uma área
de cinco mil metros quadrados, no Núcleo Rural do Palha, no Lago Norte, a
meliponicultora dispõe de 49 colmeias. O resultado da criação das abelhas é
vendido em embalagens de diferentes tamanhos de mel. E esse não é o único
produto de comercialização. A produtora também disponibiliza pólen e colmeias,
além de promover palestras educativas sobre a correta criação de abelhas sem
ferrão.
“A pessoa
que decide entrar nesse ramo consegue ganhar dinheiro não necessariamente
produzindo mel, mas pode ser vendendo iscas, fabricando caixas e outros
atrativos relacionados com a prática”, revela o técnico Carlos Morais, da
Emater-DF.
A criação de abelhas com ferrão (policultura) também é uma prática promissora no DF. O produtor Edivaldo Leite da Silva, 63, mais conhecido como Bacabal ou Edmel, está no ramo há cerca de 30 anos. A propriedade dele, localizada no Assentamento Fazenda Larga, em Planaltina, segue uma série de recomendações para que possa produzir o mel sem oferecer riscos à comunidade vizinha.
Edivaldo
Leite da Silva tem produção de 3,5 toneladas de mel e, com o apoio da Emater,
espera chegar a 5 toneladas
“Aqui são 83
chácaras, mas nenhuma tem a capacidade de criar abelhas como a minha. Precisa
ter 300 metros de distância das residências e 500 metros de equipamentos
públicos, por exemplo. Hoje eu produzo 3,5 toneladas de mel por ano, mas, com o
apoio da Emater, quero chegar a 5 toneladas”, afirma o policultor.
De acordo
com o técnico da Emater João Pires, os brasilienses são bons consumidores de
mel: “O mercado consumidor que temos no DF é tão bom que os produtores de mel
conseguem vender toda a produção diretamente ao cliente final. Então, se o
profissional não quiser produzir apenas para consumo próprio, ele tem a
possibilidade de criar um negócio maior, gerando emprego e renda”, defende o
técnico.
Benefícios
para a saúde
São muitas
as vantagens que o mel pode trazer ao organismo quando incorporado de forma
equilibrada no dia a dia. O alimento é rico em nutrientes, principalmente em
vitamina C e minerais como cálcio, magnésio, fósforo, potássio e zinco.
“O mel
é bastante funcional justamente porque ele tem uma função anti-inflamatória no
organismo”
Danielle
Amaral, nutricionista
“O mel é
bastante funcional justamente porque ele tem uma função anti-inflamatória no
organismo. Uma excelente opção é comê-lo em alguma refeição de pré-treino
porque ele tem uma rápida absorção e dá uma energia a mais para se exercitar. O
consumo do mel no café da manhã também pode ser uma alternativa para quem busca
mais disposição para as atividades do dia”, aconselha a nutricionista da
Emater-DF Danielle Amaral.
De acordo
com a especialista, os consumidores precisam estar atentos à qualidade do mel a
ser adquirido. “Comprar o produto diretamente de quem produz é mais benéfico
porque ele passa menos tempo na embalagem. Quanto mais rápido for o consumo,
melhor, porque tem algumas propriedades que são sensíveis à luz, como a
vitamina C”, explica Danielle.
“A Emater-DF
trabalha junto aos produtores tanto nas boas práticas agrícolas, da produção em
si, quanto nas boas práticas de manipulação. Essas atividades são importantes
para garantir que o mel produzido pelos produtores cadastrados seja de boa
qualidade e seguro para o consumo dos brasilienses”, defende.
Confira
algumas das vantagens do consumo equilibrado do mel
⇒ Possui ação antioxidante, que combate os
radicais livres. Essas moléculas, quando
em excesso, podem causar diversos problemas ao corpo humano, como o
envelhecimento precoce e doenças
degenerativas.
⇒ Auxilia na imunidade – Por ter propriedades
antibacterianas, ele é muito usado
contra doenças respiratórias infecciosas e como auxílio no aumento da imunidade.
⇒ Auxilia o funcionamento do sistema
gastrointestinal – O mel também auxilia no alívio dos sintomas da gastrite e possui
ação desintoxicante, que colabora para a
limpeza do trato digestivo.
Fonte:
Thaís Miranda, da Agência Brasília , Edição: Vinicius Nader, Fotos: Lúcio
Bernardo Jr./ Agência Brasília
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